23/10/2025

23 de outubro de 2025 14:33

Lula contradiz governo e amplia tensão sobre taxações de Trump

Na contramão da cautela adotada pelo governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu reagir às tarifas impostas pela administração do presidente norte-americano Donald Trump. No início da semana, o republicano formalizou a taxação de 25% sobre as importações de aço e alumínio. A medida atingiu diretamente o Brasil, que é o terceiro maior exportador de aço para o país norte-americano.

BRENO ESAKI/METRÓPOLES

Já na quinta (13/2), Trump assinou um memorando que prevê reciprocidade tarifária sobre as importações vindas de países que taxam produtos estadunidenses. Até então, o governo brasileiro vinha evitando conflito direto com os Estados Unidos, em busca de negociar uma solução para as tarifas.

 Guerra tarifária de Trump

  • Desde que assumiu a Casa Branca, em 20 de janeiro de 2025, Trump tem feito ameaças tarifárias como estratégia para proteger os interesses dos EUA.
  • Até o momento, haviam sido anunciadas taxações para as importações de produtos do México, do Canadá e da China.
  • Os presidentes do México e do Canadá buscaram entendimentos com os EUA e, temporariamente, as tarifas foram suspensas.
  • Trump, porém, anunciou taxação de 25% para importações de aço e alumínio, medida que afeta o Brasil.
    O presidente dos EUA também decretou tarifas recíprocas com todos os países.

 

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, reforçou, em diversas ocasiões, a busca por resolução através do diálogo. “A intenção do governo é o diálogo (…) estamos levantando todos os dados para o diálogo”, disse o vice-presidente, na última quinta. O mesmo tom foi adotado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que enfatizou que não há razões para o Brasil temer, tendo em vista as relações comerciais equilibradas entre os países.

Na sexta-feira (14/2), porém, Lula decidiu elevar o tom contra as tarifas de Trump e prometeu reagir caso os americanos tomem qualquer atitude que afete o Brasil.

 “Se taxar o aço brasileiro, nós vamos reagir comercialmente ou vamos denunciar na Organização [Mundial] do Comércio (OMC) ou vamos taxar os produtos que a gente importa deles”, disse o presidente.

E reforçou: “Se o Trump tiver esse comportamento com o Brasil, eu terei esse comportamento com os Estados Unidos. Sinceramente, não vejo nenhuma razão para o Brasil procurar contencioso com quem não precisa. Agora, se tiver alguma atitude com o Brasil, haverá reciprocidade”.

Governo quer negociar tarifas

A medida sobre a taxação do aço entra em vigor no dia 12 de março. Até lá, o governo brasileiro vai tentar negociar alternativas para reduzir o impacto das tarifas sobre a indústria brasileira. As conversas estão sendo tocadas pelo Ministério das Relações Exteriores e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Uma das saídas na mesa é a proposta de instituir o sistema de cotas de importação. Trata-se de um mecanismo que impõe limite para o comércio do produto. Ao ultrapassar a cota, passa-se a incidir a alíquota de importação.

O vice-presidente, Geraldo Alckmin, admitiu que esta é uma saída estudada. “As cotas são um bom caminho. É um mecanismo inteligente porque, se você aumenta o imposto de importação do aço para os Estados Unidos, isso tem um efeito na cadeia. Você tem um encarecimento na cadeia. O que foi feito anteriormente? Cotas. Você tem uma determinada cota. Essa é uma boa solução”, frisou.

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