Um espetáculo silencioso e com tons de roxo vem colorindo as paisagens do Pantanal mato-grossense nesta semana. É a floração dos ipês roxos — ou piúvas, como são chamados pelos pantaneiros — que já pode ser vista em várias regiões do estado e marca o início do período de estiagem.
As imagens foram feitas pelo fotógrafo e documentarista José Medeiros, durante uma expedição pela Serra do Amolar, na divisa entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, próxima à fronteira com a Bolívia.
A região é uma das mais isoladas, preservadas e também afetadas pelas queimadas dos últimos anos. No vídeo gravado por Medeiros, os ipês parecem brotar em meio às morrarias que compõem os cerca de 80 km da serra.
A paisagem, que mistura tons secos do cerrado com os roxos vibrantes das flores, chama a atenção por sua beleza e simbolismo: os ipês florescem quando a vegetação começa a secar, anunciando que a seca está próxima.
Medeiros integra o projeto “Pantanal +10”, que há quatro anos documenta o bioma com foco em justiça climática, direitos das populações tradicionais, preservação da biodiversidade pantaneira.
Ele explicou que, a cena é comum na época do início da seca no coração do Pantanal.
“Eles florescem aqui nas morrarias, no meio da mata seca, e viram um ponto de cor. É como se fossem tochas, tochas vivas, acendendo o Pantanal e anunciando que a seca tá chegando”, descreveu o documentarista.
Cheia e seca no Pantanal
Segundo o Instituto SOS Pantanal, uma organização que trabalha em defesa do bioma e na divulgação, informou que não há regularidade e exatidão dos meses secos e chuvosos, mas geralmente as estações são:
Estação chuvosa
Período que começa em outubro a março. As chuvas historicamente começam a encher as cabeças dos rios no planalto, escoando toda essa água para a planície. Os meses entre dezembro e janeiro apresentam o auge de precipitação.
Estação seca
Período que começa em abril a setembro. Entre abril a julho, é a época conhecida como vazante, pois corresponde ao período em que a água está escoando de volta para os leitos dos rios e sendo drenada para fora do bioma pelo Rio Paraguai. Já os meses entre agosto e setembro correspondem ao auge do período seco, coincidindo com os meses com maiores registros de fogo.
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