Quando o maior contrato de patrocínio é fechado, todo o mercado em geral passar a ver reajustes. Isso porque todos os ativos são reavaliados, clubes começar a pedir valorização aos seus atuais parceiros.
O contrato do Flamengo com a Pixbet, por exemplo, chegou a ser de R$ 85 milhões por ano. Foi reajustado depois que o Corinthians fechou um acordo com a VaideBet que chegava a R$ 110 milhões. A parceria corintiana flopou, como se sabe, mas o mercado sofreu um reajuste.
O tamanho do impacto para outros clubes, no entanto, ainda vai depender do contexto de cada acordo em vigor. Clubes de maior visibilidade tendem a procurar valores próximos ao do Rubro-Negro.
“Esse é um segmento no qual temos dezenas de empresas operando, em um mercado ainda fragmentado, sem uma sinalização clara de quais serão as seis, oito que vão concentrar 70% a 80% de suas receitas, e isso levou vários dos nossos clubes a aceitar as primeiras ofertas que receberam. Após essa primeira onda, as empresas puderam estudar o potencial de conversão dos clubes, e os clubes puderam reavaliar suas propriedades para esse novo segmento. Esse rompimento do Flamengo é só o primeiro de vários que vamos observar nos próximos meses, em uma segunda onda de reajuste dos contratos”, conta Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil.
Há portanto um outra sinalização ao mercado com a troca de patrocínio do Flamengo: a consolidação de grandes marcas, muitas com investimento internacional. Assim, o mercado tende, a longo prazo, a ficar mais restrito em relação ao atual grande número de bets. É bem possível que as maiores comprem as menores.
“Esse movimento de mercado aponta para mais uma fase de expansão dos investimentos das casas de apostas nos clubes. Isso se explica por ser um mercado ainda em consolidação, onde muitas marcas sabem que a tendência é não haver o número atual de casas ativas, mas se intensificar as fusões e aquisições entre elas. Isso faz com que seja estratégico tanto fortalecer marca quanto fidelizar usuários, e nesse aspecto, investir no Flamengo sempre fará sentido. Provavelmente isso causará também uma corrida de outras casas por buscar outros clubes com a mesma intenção”, pontua Alexandre Vasconcellos, gerente regional da Flashscore no Brasil, com experiência em marketing esportivo.
