Doenças respiratórias em crianças continuam sendo uma das principais causas de internação infantil no Brasil, e fatores como mudanças de temperatura bruscas e poluição do ar em grandes cidades aumentam ainda mais os casos.
Para falar sobre o tema, Dr. Roberto Kalil recebe Luiz Vicente Ribeiro, pneumologista e coordenador da Unidade de Pneumologia do Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP), e Antonio Carlos Pastorino, imunologista e chefe da Unidade de Alergia e Imunologia do mesmo instituto. Os três debatem o assunto no “CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista” de sábado (27).
“Uma criança pode ter até dez infecções virais por ano sem grandes consequências. Otites, amigdalites e sinusites leves são comuns e nem sempre exigem antibióticos”, afirma Pastorino. “O que preocupa são as infecções graves, que exigem antibiótico endovenoso ou internação. Esses são sinais de alerta para investigar imunodeficiências”, completa.
Uma das maiores preocupações é a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), uma condição clínica caracterizada por sintomas como febre alta, tosse intensa, dificuldade para respirar, calafrios e cansaço extremo.
Pacientes acometidos pela síndrome podem evoluir rapidamente de forma desfavorável, levando à necessidade de internação hospitalar e, em casos mais graves, à ventilação mecânica e até mesmo ao óbito. Crianças, idosos e pessoas com comorbidades correm maior risco.
O especialista também fala sobre a asma infantil: “Nem toda sibilância é asma, mas até que se prove o contrário, precisamos investigar. Quase 80% dos casos em crianças têm origem alérgica. Muitas vezes começa com dermatite atópica e evolui para crises respiratórias. Identificar essa relação é essencial para o tratamento precoce”.
Para prevenção de casos graves, o melhor caminho é a vacinação. “Não podemos esquecer das vacinas básicas, fundamentais para proteger contra pneumonias, coqueluche, sarampo e outras doenças. A vacina da gripe também é muito importante nesse contexto. Agora temos a perspectiva transformadora da vacina contra bronquiolite, aplicada em gestantes para proteger os bebês nos primeiros meses de vida”, afirma Ribeiro.
Ele destaca ainda os avanços recentes: “Durante décadas não existia vacina contra o vírus sincicial respiratório. Hoje já temos opções para gestantes e anticorpos monoclonais que oferecem até cinco meses de proteção para os bebês. Essa será uma revolução na prevenção das formas graves da doença”.
O “CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista” vai ao ar no sábado, 27 de setembro, às 19h30, na CNN Brasil.
