15/10/2025

15 de outubro de 2025 14:58

Raspadinha que financiava CV prometia R$ 50 mil e pagava R$ 100

 

O delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Antenor Pimentel, revelou nesta terça-feira, 14 de outubro, que a raspadinha “Raspa Brasil” responsável por financiar a facção Comando Vermelho, em Mato Grosso prometia um prêmio de R$ 50 mil, mas que teria pago no máximo R$ 100 aos compradores.

O esquema ilegal, que tinha como um dos líderes Ederson Xavier de Lima, de 43 anos, – que foi preso em uma praia de Niterói (RJ), em setembro – era utilizado para lavar o dinheiro oriundo do tráfico de drogas e financiar toda organização no estado.

Milhares de pontos de venda da raspadinha ilegal foram encontrados em todo Mato Grosso. Uma gráfica localizada em Cuiabá, responsável por fazer a impressão do material, também foi alvo da operação. Um lote de mais de 250 mil bilhetes foi apreendidos.

De acordo com a autoridade policial, as raspadinhas eram vendidas por R$ 5 reais. Os “disciplinas” de cada “quebrada” eram responsáveis por “obrigar” os comércios locais a aderirem ao “projeto” da facção.

“As raspadinhas eram vendidas por R$ 5 reais e tinham como premiação a quantia de R$ 50 mil. Não temos como mensurar a quantia já paga, mas fizemos uma grande apreensão no interior e, a título investigativo, raspamos centenas de raspadinhas e encontramos apenas uma com o valor de R$ 100”, disse.

“Mas quem compra uma coisa ilegal, não pode esperar que o prêmio seja honesto”, emendou.

Inicialmente, as investigações identificaram apenas a “Raspa Brasil” operando no estado, entretanto, existe a possibilidade de que haja outras sendo vendidas pela organização criminosa.

Por fim, o delegado pediu ajuda da população que denuncie e que qualquer comerciante que tenha sido coagido a vender a raspadinha que procure a Polícia Civil.

Investigação

A investigação teve início a partir da análise do material apreendido durante uma operação deflagrada em maio deste ano, que revelou a existência de uma rede organizada que operava um falso empreendimento de raspadinhas instantâneas. Em apenas seis meses, a facção criminosa teria movimentado mais de R$ 3 milhões por meio do esquema de jogos de azar.

Por trás da aparência de legalidade, foi descoberta uma verdadeira estrutura criminosa com planejamento empresarial, hierarquia e funções bem definidas. O jogo era utilizado como fachada para lavagem de dinheiro e financiamento das atividades da facção, que buscava novas fontes de arrecadação paralelas ao tráfico e à extorsão.

Operação

São cumpridos na operação 21 mandados de prisão preventiva, 54 de busca e apreensão, 11 ordens de bloqueios e 25 ordens de quebra de sigilo bancários e telemáticos e sequestro de valores que ultrapassam R$1,1 milhão, expedidos pelo juiz Anderson Clayton Dias Batista, da 5ª Vara Criminal de Sinop.

Também foi autorizada a apreensão e o descarte do material de raspadinhas, que somava centenas de bilhetes e banners de propaganda apreendidos durante as diligências.

Os mandados são cumpridos nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Alta Floresta, Aripuanã, Brasnorte, Campo Novo do Parecis, Campo Verde, Castanheira, Colíder, Colniza, Confresa,Guarantã do Norte, Juara, Juína, Juruena, Lucas do Rio Verde, Matupá, Novo Horizonte do Norte, Novo Mundo, Nova Mutum, Pontes e Lacerda, Poxoréu, Primavera do Leste, Rondonópolis, Santa Carmem, Santiago do Norte, São José do Rio Claro, Sinop, Sorriso, Tangará da Serra, Tapurah, Terra Nova do Norte e União do Sul.

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