A Axia Energia (ex-Eletrobras) terá “forte” presença nos leilões de energia previstos pelo governo, incluindo um certame de reserva de capacidade previsto para 2026, se os retornos forem adequados, disse o CEO da companhia, Ivan Monteiro.
“Se o retorno for adequado, você vai ver uma forte presença da Eletrobras… seja nos leilões já anunciados, seja naqueles onde a gente está se preparando, por exemplo, leilões de capacidade, leilões de bateria e outros”, disse Monteiro, durante apresentação do novo nome da empresa.
Ele lembrou que, “no passado”, a empresa se comprometeu com quase R$6 bilhões em leilões.
Ainda que avalie os leilões, Monteiro disse que a maior parte do investimento da Axia Energia será para crescimento orgânico.
Ele acrescentou que a companhia não projeta “grandes aquisições”, já que há opções como investimentos nos próprios ativos.
“A maioria desse investimento vai ser… orgânico nos nossos próprios ativos, seja em reforços e melhorias, seja em modernização…”, afirmou.
Segundo o executivo, a companhia deve investir em 2025 cerca de R$10 bilhões.
Ele disse ainda que não está no radar a internacionalização da empresa, porque há “muitas oportunidades” no Brasil.
Nova marca
A Axia anunciou na véspera o novo nome da companhia destacando que a alteração marca uma evolução nos últimos três anos para atuar com mais agilidade, inovação e foco no cliente.
Monteiro ressaltou nesta quinta-feira ver oportunidades com a abertura do mercado livre e que a empresa precisa estar preparada para avançar nesse sentido.
“A gente quer ser uma empresa de energia que faz de uma forma diferente o negócio de energia e a palavra-chave para a gente aqui é cliente. A gente entende que essa relação é a que vai determinar o sucesso que a gente vai ter no mercado, que está aberto e competitivo”, afirmou.
O governo brasileiro tem plano de realizar a abertura do mercado livre de energia para todos os consumidores, ação amplamente aguardada pelo setor elétrico.
O chamado “ambiente de contratação livre”, ou ACL, permite que os consumidores possam comprar energia elétrica diretamente de um fornecedor, gerador ou comercializador.
Os participantes do mercado livre podem negociar livremente preços e prazos de contratação, enquanto os do mercado regulado, como as residências, estão vinculados aos contratos e tarifas das distribuidoras de energia.
O mercado livre de energia é hoje restrito principalmente a empresas, sendo que desde o ano passado tem crescido a participação também de pequenas e médias empresas, com cargas mais baixas, atraídas pela perspectiva de economia de custos.
