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30 de outubro de 2025 14:58

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Quatro coisas importantes para saber antes da COP30 – 29/10/2025 – Ciência Fundamental

A COP30 vem aí, e com ela expressões como “financiamento climático”, “mitigação”, “justiça climática” e “1,5ºC”. É na conferência do clima das Nações Unidas que cerca de 200 países se sentam à mesa para se comprometer (ou não) com o enfrentamento das mudanças climáticas. A cada edição, o cenário é mais urgente: enquanto estamos longe de cumprir as metas básicas, os efeitos do aquecimento global avançam sem dó.

A COP da Amazônia, que acontecerá em Belém (PA) em novembro, traz novas expectativas –a despeito da licença do Ibama para a perfurar a Foz do Amazonas. A cientista ambiental e pesquisadora do Serrapilheira Marina Hirota, membro do comitê científico da COP30 e curadora do Pavilhão de Ciências Planetárias da conferência, explica quatro pautas importantes da COP.

1- Por que “1,5ºC” é o número mais citado

A temperatura média global do planeta gira em torno de 15ºC. Com as mudanças climáticas, caminhamos para um aumento de 1,5ºC –ou seja, para 16,5ºC. É o suficiente para alterar todo o sistema climático, com impactos na biodiversidade, na terra, no mar, na produção de alimentos e de energia. Eventos extremos se intensificam: inundações, secas extremas, ondas de calor e de frio.

Basta pensar na temperatura média do corpo humano, de 36,5ºC. Com 1,5ºC a mais, a 38ºC, estamos com febre. No caso da Terra, já chegamos a um aumento de cerca de 1,3ºC na média de décadas. “Isso significa que, neste momento, estamos falhando em manter a temperatura do planeta estável. Ou seja, o planeta já está com uma febrinha”, diz Hirota.

2- As soluções

Para evitar mais danos, há duas estratégias principais: adaptação e mitigação. A primeira lida com as consequências que já acontecem –secas intensas, inundações, ondas de calor. É preciso pensar em planos de adaptação nacionais e locais. Construção de pontes mais altas no Rio Grande do Sul, por exemplo, mais preparadas para enchentes, ou protocolos para o cancelamento de aulas durante ondas de calor. Um caminho possível são as soluções baseadas na natureza, como cidades mais verdes, que se adaptam a temperaturas mais altas enquanto absorvem mais carbono. “Por isso, a parceria dos gestores públicos com a ciência é essencial.”

Já a mitigação implica retirar da atmosfera os gases de efeito estufa já emitidos e que contribuem para as mudanças climáticas. “Mais do que isso: as emissões precisam ser negativas, ou seja, devemos absorver de volta mais carbono do que emitimos”, alerta a pesquisadora. Cada país deve ter sua estratégia de mitigação, a depender da realidade de cada lugar.

3- Justiça climática: nem todo mundo é atingido igual

O impacto das mudanças climáticas se dá de forma desigual e tende a aumentar as desigualdades sociais. “Quem vai ser mais impactado não é quem mais emite”, diz Hirota. Populações rurais e mais pobres, povos indígenas, quilombolas, comunidades locais, pessoas que historicamente vivem em equilíbrio com os diferentes ecossistemas, são as que mais vão sofrer esses efeitos. Por isso, essas pessoas precisam participar das discussões.

4- Financiamento climático: quem vai pagar a conta

Para dar conta de tudo isso –adaptar, mitigar, fazer a transição energética dos combustíveis fósseis para fontes menos poluentes–, é preciso dinheiro. Uma ideia é o pagamento por serviços ambientais: um incentivo financeiro para proprietários rurais ou urbanos que praticam a conservação ou recuperação dos ecossistemas.

Na COP28, o Brasil propôs a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), com o objetivo de arrecadar dinheiro de outros países para financiar a conservação de florestas tropicais, que absorvem muito carbono. “É muito importante que o TFFF ganhe força nessa COP”, diz Hirota.

O Ciência Fundamental é editado pelo Serrapilheira, um instituto privado, sem fins lucrativos, de apoio à ciência no Brasil. Inscreva-se na newsletter do Serrapilheira para acompanhar as novidades do instituto e da coluna.


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