O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), declarou nesta quinta-feira (05) que o Partido Liberal “não tem como filtrar” filiados que venham a cometer crimes e que o PL não é responsável pela “atividade individual” de seus correligionários. A fala veio após o vereador afastado Chico 2000 (PL) ser alvo da Operação Rescaldo – suspeito de corrupção nas eleições de 2024. Além dele há o médico e vereador de Canarana (a 605 km de Cuiabá), Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa (PL), preso após acusações de pedofilia e abuso sexual contra pacientes.
Rodinei CrescêncioRdnews
Sobre Chico, Abilio disse que não tem conhecimento dos detalhes da operação deflagrada pela Polícia Federal no dia de hoje e que o vereador tem “direito à defesa do contraditório”, além de se manifestar sobre a situação em que se encontra.
“Só sei que houve hoje pela manhã a operação, mas eu não tenho conhecimento dos detalhes da operação (…) Assim que tivermos mais dados sobre o assunto, a gente pode comentar com mais evidência”, declarou.
Questionado se os crimes supostamente cometidos por Chico 2000 e Thiago Bitencourt não manchariam o PL, Abilio afirmou que tais ações criminais não tem a ver com o partido e sim “com as pessoas”.
“Não dá para eu responsabilizar um partido pela atividade individual. O nosso partido, quando recebe a filiação de alguém, como por exemplo o médico lá de Canarana, o cara é médico. Como a gente ia saber que ele estaria envolvido num escândalo como esse? Então são coisas imprevisíveis, não tem como a gente prever. A gente não tem como filtrar”, declarou.
Operação Rescaldo
Chico 2000 foi alvo de dois mandados de busca e apreensão, sendo um cumprido em Cuiabá e outro em Várzea Grande.
A investigação teve início após apresentação de uma denúncia contra o vereador, à época candidato, que estaria abordando eleitores que apoiavam outro candidato do PL e oferecendo vantagens indevidas para obtenção de votos.
Confirmada a autoria dos crimes, Chico 2000 e outros envolvidos poderão responder pelos crimes de captação ilícita de sufrágio e difamação eleitoral, cujas penas podem chegar até cinco anos de reclusão.
Vereador teria escrava sexual
Thiago Bitencourt foi preso no sábado (31), suspeito de abusar sexualmente de duas adolescentes, de 15 e 17 anos, e uma bebê de 2 anos.
O pai da bebê realizou a denúncia após descobrir que sua cunhada, a jovem de 17 anos, estaria enviando fotos “sensuais” da filha dele, para o vereador. Além disso, o homem afirmou à Polícia Civil que sua cunhada seria a “escrava sexual” do parlamentar.
Posteriormente Thiago foi acusado de abusar sexualmente de uma paciente de 29 anos dentro de seu consultório. Segundo a vítima, o vereador também teria demonstrado interesse em sua filha, de 8 anos.
