A Argentina se prepara para uma importante eleição legislativa em meio a significativas preocupações econômicas, com destaque para a questão inflacionária e cambial que têm afetado diretamente a vida dos cidadãos. Apesar de uma aparente estabilização econômica, os indicadores ainda causam preocupação, segundo análise de Lourival Sant’Anna no CNN Prime Time.
A inflação, que anteriormente atingia níveis de 23% a 25% mensais, recuou para 2% ao mês. Apesar do recuo, os preços permanecem em patamares extremamente elevados, impactando o poder de compra da população.
Fragilidade cambial e estratégias populares
Um dos pontos mais sensíveis da atual conjuntura econômica é a política cambial. ” O governo mantém o dólar em um preço considerado artificial, sem possuir reservas suficientes para sustentar essa taxa de câmbio a longo prazo. Os argentinos, experientes em lidar com instabilidades cambiais, desenvolveram diversas estratégias para contornar as restrições, como operações coordenadas entre familiares para arbitragem entre câmbio oficial e paralelo”, explica Lourival.
A sensação generalizada no país é de que a atual política econômica não se sustentará, gerando incertezas no mercado. Essa percepção negativa pode se tornar uma profecia autorrealizável, alimentando ainda mais a instabilidade econômica do país.
Cenário político fragmentado
O pleito em questão renovará 127 das 257 cadeiras na Câmara dos Deputados e 24 das 72 vagas no Senado. “Mesmo com possíveis avanços das forças políticas governistas, os números não serão suficientes para garantir uma maioria absoluta estável, o que pode dificultar a implementação de medidas econômicas necessárias”, conclui o analista.
