Um caminhoneiro de 44 anos, morador de Lucas do Rio Verde, denunciou ter sido vítima de agressões físicas, ameaças de morte e disparos de arma de fogo dentro de uma fazenda localizada em Porto dos Gaúchos, região Norte de Mato Grosso. O caso ocorreu entre os dias 29 de julho e 1º de agosto e está sendo investigado pela Polícia Civil.
Segundo o boletim de ocorrência, o caminhoneiro chegou à propriedade rural para carregar o caminhão e, ao longo de três dias, aguardava a liberação da nota fiscal. No local, não havia alimentação disponível. Com fome, ele informou ao encarregado do barracão que sairia até a cidade — a cerca de 7 km de distância — para comprar uma marmita.
De acordo com o relato da vítima, o encarregado teria dito que avisaria o dono da fazenda, que estava chegando. No entanto, ao reafirmar que sairia para comer, o caminhoneiro foi empurrado e, em seguida, abordado por um homem que dizia ser o proprietário do local. Alterado e armado com uma pistola, o suposto dono começou a discutir com o motorista, que entrou em seu caminhão e saiu do local.
Cerca de um quilômetro depois, a vítima foi perseguida pelo fazendeiro e seus filhos, que dispararam várias vezes contra o caminhão. Temendo ser morto, o caminhoneiro parou o veículo, desceu com os braços erguidos e foi agredido violentamente pelos suspeitos. Ele afirma ter sido retirado à força da cabine, jogado no chão, espancado com socos, chutes e coronhadas, e ainda teve a arma disparada várias vezes próximo à sua cabeça como forma de intimidação.
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Durante a agressão, os suspeitos tomaram o celular do motorista, obrigaram-no a desbloquear o aparelho e vasculharam o conteúdo. Após constatarem que não havia nada comprometedor, levaram a vítima de volta à sede da fazenda, onde entregaram a nota fiscal, uma marmita e devolveram o celular.
Ainda segundo o relato, os suspeitos — pai e filhos — forçaram o caminhoneiro a pedir desculpas e a afirmar que “nada havia acontecido”, sob ameaça de morte caso houvesse denúncia. Eles teriam dito que sabiam onde a família do motorista morava e que “não sobraria ninguém vivo” se procurasse a polícia. Um dos agressores ainda alertou que, caso o motorista filmasse a fazenda, também seria executado.
Na saída da propriedade, os suspeitos continuaram a intimidar a vítima: os filhos em uma caminhonete e o pai em um caminhão, seguindo o motorista por vários quilômetros para garantir que ele não registrasse ocorrência.
A vítima realizou exame de corpo de delito e apresentou diversas lesões na cabeça e no corpo. Ele relatou dificuldade para se alimentar devido às dores. Após conseguir deixar a região, entrou em contato com uma advogada por temer pela própria vida e pela segurança de sua família.
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o caso. Até o momento, os nomes dos suspeitos não foram divulgados.
O caso está sendo tratado como lesão corporal, ameaça, disparo de arma de fogo e possível tentativa de homicídio.
NORTÃO MT