No IPCA-15 de outubro, a variação de preços, em relação a setembro, foi de 0,18%, abaixo da mediana das expectativas, que se situava em 0,24%. Com isso, no ano, a inflação acumula alta de 3,94% e de 4,94%, no acumulado em 12 meses, abaixo da elevação de 5,32% registrada em setembro. Para o IPCA cheio de outubro, as previsões agora são de que a variação do índice, em relação a setembro, não ficará fora do intervalo de 0,1% a 0,15%
Preços com altas mais moderadas em energia, bens industriais — principalmente eletroeletrônicos — e alimentos contribuíram para puxar a inflação para baixo, em outubro. Do outro lado da moeda, serviços continuaram pressionando o IPCA-15.
Apontando pequena deflação — estabilidade na prática —, a variação de preços em bens industriais, entre setembro e outubro, pode ser creditada à valorização da taxa de câmbio. Os bens industriais estão com variação de apenas 3,4% em 12 meses, e de 2%, na métrica que mede a variação de preços pela média móvel anualizada de três meses, um indicador mais afinado de tendência.
No período, a cotação do dólar mostrou tendência baixista, ajudando a conter preços de iten “comerciáveis” — ou seja, que, tipicamente, podem ser importados, forçando competição com a produção local.
No caso da energia, o efeito da mudança de bandeira vermelha 2 para 1, de setembro para outubro, já trouxe algum alívio nas tarifas e, em consequência, para a inflação. A tendência, com a expectativa de regularização do regime de chuvas, é de que a bandeira tarifária transite para amarela, com alguma chance de terminar o ano como verde. Com isso, pressões inflacionárias importantes, para novembro e dezembro, podem se dissipar.
Também são as condições climáticas, ao lado de ganhos de produtividade, e, mais indiretamente, a taxa de câmbio mais favorável que estão segurando as altas de preços de alimentos. Um novo recuo foi registrado em outubro, com deflação de 0,1%, nos preços dos alimentos no domicílio, que se relacionam diretamente com as variações do clima.
