A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) deve ouvir nesta segunda-feira (17) o empresário Thiago Schettini, um dos alvos das investigações do esquema de fraudes.
Ele teve três pedidos de convocação, de presença obrigatória, apresentados por parlamentares governistas e aprovados no colegiado. De acordo com os congressistas, o empresário teria atuado como “facilitador” e teria recebido recursos de Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS“.
No mesmo dia, também está previsto o depoimento de Jucimar Fonseca da Silva, ex-coordenador de Pagamentos e Benefícios do INSS. A oitiva, no entanto, não está confirmada e pode não ocorrer. Jucimar Silva apresentou, na semana passada, um atestado médico em que alegou não ter condições de prestar o depoimento.
Por esse motivo, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), determinou a realização de uma avaliação médica oficial pelo departamento de saúde do Senado para a análise da aptidão de Jucimar Silva para prestar depoimento.
“Para assegurar o bom andamento dos trabalhos da Comissão e também para resguardar os direitos do convocado, determino que a Coordenação-Geral de Saúde do Senado Federal proceda à avaliação do quadro de saúde, por junta médica da Casa, com vistas a verificar se o convocado pode ou não prestar depoimento”, declarou Viana na última reunião da CPMI.
Jucimar Silva foi afastado do cargo em abril deste ano, quando a operação da PF (Polícia Federal) sobre as fraudes e as irregularidades no instituto foi deflagrada. A CPMI aprovou um pedido de prisão preventiva do servidor, que por sua vez, apresentou um pedido de habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal).
Como a CNN mostrou, segundo a PF e a CGU (Controladoria-Geral da União), Jucimar Silva teria participado do processo que levou à autorização do desbloqueio em lote para inclusão de descontos associativos a pedido da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura).
Para a convocação do servidor, foram aprovados 11 requerimentos na CPMI, apresentados tanto por integrantes da oposição quanto por governistas. O colegiado também aprovou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-coordenador, além do envio de RIF (Relatório de Inteligência Financeira) pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
