As investigações da Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon) revelaram que uma empresa falsificou todos os laudos médicos de uma criança de 5 anos, vítima de um acidente. A criança morreu no fim de 2024, porém, seu falecimento não tem relação com a fraude nos exames.
De acordo com o delegado Rogério Ferreira, após sofrer o acidente no interior do Estado, a vítima foi transferida para Cuiabá. Ela recebeu alta médica e passou a ser acompanhada por uma equipe de home care.
“Em depoimento, ex-funcionários disseram que todos os exames realizados pela criança foram falsificados pela empresa. Ela veio a óbito algum tempo depois, mas, ao que tudo indica, não há correlação entre os fatos, considerando que seu estado de saúde já era muito grave. Ainda assim, isso demonstra o nível de gravidade da conduta dos sócios da empresa”, destacou.
O delegado informou ainda que a empresa presta serviços para diversos órgãos públicos, incluindo a Câmara Municipal e a Prefeitura de Cuiabá, além das prefeituras de Primavera do Leste, Juara e Sinop.
Entre os documentos apreendidos, foram encontrados indícios de valores recebidos que variam de R$ 2 milhões a R$ 100 milhões.

FIQUE ATUALIZADO COM NOTÍCIAS EM TEMPO REAL: CANAL DO WHATSAPP | PLANTÃO NORTÃO MT | INSTAGRAM DO NORTÃO MT
Operação Contraprova
As investigações começaram em abril deste ano, após denúncia recebida pela Vigilância Sanitária Municipal de Cuiabá, de que um dos sócios e responsável técnico pelo laboratório estaria falsificando resultados de exames. Na ocasião, a unidade foi interditada e o investigado chegou a ser preso em flagrante.
O laboratório recebia e coletava amostras de material biológico, incluindo secreções de pacientes de home care, e realizava exames de covid-19, toxicológicos e para doenças como sífilis, HIV e hepatites. A empresa possuía unidades em Cuiabá, Sinop e Sorriso.
No decorrer das investigações, foi descoberto que o laboratório não realizava os exames internamente nem enviava o material biológico para outros laboratórios, como alegavam os sócios. As amostras coletadas dos pacientes eram descartadas sem qualquer análise, e os laudos eram falsificados pelo sócio responsável técnico, que também é biomédico.
OLHAR DIRETO