Você já reparou em um “T” dentro de um triângulo amarelo nos rótulos de alimentos? Esse símbolo identifica produtos transgênicos ou seja, feitos com organismos geneticamente modificados (OGMs). Mas será que eles fazem mal?
Criados em laboratório, os transgênicos misturam genes de espécies diferentes, como vírus em plantas, para torná-las mais resistentes. No Brasil, estão presentes em soja, milho, óleos e até em bolachas e pães! Apesar de amplamente consumidos, estudos alertam para riscos como alergias, redução da eficácia de antibióticos e impactos ambientais, como o surgimento de “superpragas”.
A polêmica é grande: enquanto empresas defendem a tecnologia, órgãos como o IDEC ( Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) criticam a falta de transparência e os efeitos a longo prazo.
“Com a inserção de genes de resistência a agrotóxicos em certos produtos transgênicos, as pragas e as ervas-daninhas poderão desenvolver a mesma resistência, tornando-se “superpragas” e “superervas”. (…) Consequentemente, haverá necessidade de aplicação de maiores quantidades de veneno nas plantações, o que representa maior quantidade de resíduos tóxicos nos alimentos que nós consumimos. (…) Os prejuízos para o meio ambiente também serão graves: maior poluição dos rios e solos e desequilíbrios incalculáveis nos ecossistemas.” (Fonte: IDEC.)
Além disso, um mapeamento realizado por três pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mostrou que dos 716 trabalhos encontrados, que analisam no campo da saúde pública, sobre os organismos geneticamente modificados, apenas 8 abordam a segurança alimentar dos transgênicos, através, principalmente, da exposição aos riscos e das incertezas desses produtos para a saúde e o meio ambiente.

A principal conclusão do estudo foi que dos 8 trabalhos que falam sobre esses produtos apenas discursam sobre o seu uso, não sobre a segurança.
No entanto, de acordo com o Ministério da Agricultura a transgenia é uma técnica usada há mais de 30 anos para modificar genes de plantas e animais com precisão. Com ela, é possível desenvolver cultivos mais resistentes, medicamentos, vacinas e até métodos para controlar pragas.
Diante de desafios como mudanças climáticas e falta de alimentos, a biotecnologia, se aplicada com segurança ,pode ajudar a produzir comida nutritiva e acessível, de forma sustentável.

No Brasil, a lei exige que alimentos com mais de 1% de transgênicos exibam o símbolo, mas será que isso basta?