06/08/2025

6 de agosto de 2025 03:55

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É verdade que os EUA deixarão de compartilhar dados meteorológicos com o Brasil?

Em meio às sanções anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros exportados para lá, surgiu a notícia de que os norte-americanos deixariam de compartilhar dados meteorológicos com os órgãos e profissionais do Brasil.

Para esclarecer essa história, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Agência Espacial Brasileira (AEB) divulgaram uma nota conjunta em que mostram que, em parte, a informação é verdadeira.

Isso porque a comunicação de bloqueio ao acesso a dados de satélites meteorológicos foi feita para os dados dos satélites gerenciados pelas Forças Armadas dos EUA, ou seja, referentes aos do sistema DMSP, do inglês Defense Meteorological Satellite Program (Programa de Satélites Meteorológicos de Defesa). Contudo, a restrição não vale apenas ao Brasil, mas a todos os países.

Assim, o comunicado norte-americano indicou que o sistema DMSP deixaria de compartilhar com o público global os dados meteorológicos sobre a atmosfera terrestre e os oceanos a partir de 31 de julho. Além disso, o bloqueio atinge até mesmo agências civis dentro do próprio país.

A nota do Inpe e da AEB ressaltam a importância dos dados do sistema DMSP, processados pelo Centro de Meteorologia Numérica e Oceanografia da Frota da Marinha dos EUA, que sempre foram disponibilizados para instituições de pesquisa, centros de meteorologia, Organização Meteorológica Mundial (WMO) e para todo uso civil.

“Em vários centros de previsão do mundo estes dados são incorporados diariamente nos modelos de previsões meteorológicas globais. Eles complementam os dados de outros satélites meteorológicos e ajudam a tornar as previsões melhores”, destacam os órgãos brasileiros.

No entanto, no dia 29 de julho, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês) emitiu uma nota de atualização enviada diretamente para sua lista de e-mails de um grupo de usuários de centros de previsão global que fazem uso de dados de satélites meteorológicos, como Reino Unido, França, Japão, China, Índia e muitos outros em que diz ter planos para continuar a distribuição de seus dados, mas com suporte limitado ao horário comercial em dias úteis, ou seja, durante oito horas, em cinco dias da semana.

De acordo com o Inpe e a AEB, o comunicado contém uma observação relevante: não haverá interrupção no fornecimento de dados do DMSP, mas eles devem ser considerados como “dados de oportunidade”.

Na esteira desses fatos, foi recentemente anunciado pelo Departamento de Defesa dos EUA que os dados Special Sensor Microwave Imager Sounder (SSMIS) — Sonda de imagem de micro-ondas com sensor especial — continuarão a ser fornecidos até setembro de 2026 ou enquanto os sensores estiverem funcionando.

Quais seriam os impactos ao Brasil?

É válido lembrar que o NOAA utiliza os dados do sistema DMSP para a sua fase de assimilação de dados e que a falta destes dados afetaria a qualidade da análise do Global Forecast System (GFS), um modelo de previsão do tempo do National Centers for Environmental Prediction (NCEP) dos EUA.

“Isto é o que nos afeta diretamente: a qualidade da análise do GFS. Isso porque o INPE utiliza as análises deste modelo para seus modelos de previsão global (BAM) e previsões regionais (ETA, BRAMS e WRF). Porém, como estes dados constituem uma fração pequena dos dados usados no processo, o impacto, relativo a uma eventual a ausência destes dados, neste momento, teria um baixo impacto para nossas previsões”, esclarece a nota conjunta.

Dados de umidade do solo ameaçados

O Inpe e a AED destacam que a falta de tais dados afetaria, também, a qualidade das análises usadas nas previsões sazonais por conjunto e de diversos produtos importantes para diagnósticos da atmosfera e da superfície dos continentes e dos oceanos, como cobertura de gelo, umidade do solo, vento sobre o oceano, perfis de temperatura e umidade da atmosfera.

“No caso de dados de satélites meteorológicos, de forma majoritária, usamos os dados da série GOES, satélites meteorológicos geoestacionários, controlados pela NOAA, organização civil, que não foram atingidos por este bloqueio”, diz a nota.

Por fim, o Inpe e a AEB ressaltam que seguem acompanhando os desdobramentos da situação, a fim de subsidiar o governo federal com informações sobre uma eventual descontinuidade de compartilhamento de dados meteorológicos de satélites dos Estados Unidos.

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