As estimativas também apontam queda de 0,2 a 0,5 ponto percentual no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, em 2025 e 2026. Essa redução expressaria perdas de R$ 25 bilhões a R$ 60 bilhões a cada ano.
No cálculo do Cedeplar, centro de pós-graduação em Economia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), que se situou no limite inferior das previsões, essa redução no PIB acarretaria o fechamento de pouco mais de 100 mil empregos, ou 0,1% da população ocupada de 100 milhões de trabalhadores.
Reação dos ativos
A reação nos mercados financeiros, embora nem sempre reflita avaliações realistas dos impactos econômicos das medidas adotadas, dá uma ideia de que a conclusão de analistas e investidores é mesmo de que as repercussões do tarifaço de Trump tendem a ser moderadas.
Depois de um salto, com alta forte do dólar, queda na Bolsa e elevação das taxas de juros, antecipando o anúncio do tarifaço, na quarta-feira (9), os ativos financeiros se acomodaram ontem, voltando a se movimentar hoje nas direções negativas, mas com perdas contidas.
Mesmo com efeitos supostamente limitados, as repercussões do tarifaço de Trump sobre produtos exportados pelo Brasil não serão desprezíveis, principalmente naqueles setores econômicos mais expostos ao mercado americano. É o caso, principalmente, dos aviões e peças da Embraer, do setor de café, suco de laranja e carnes, e de impactos mais negativos para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.