Sorriso, reconhecida como a “Capital Nacional do Agronegócio”, deve registrar novamente uma safra expressiva neste ano, acompanhando o cenário nacional, que prevê colheita de cerca de 345 milhões de toneladas de grãos. Porém, a falta de capacidade de armazenamento continua sendo um dos principais gargalos para os produtores do município.
No Brasil, a estrutura disponível em aproximadamente 12 mil silos e armazéns comporta apenas 62% da produção, deixando quase 40% dos grãos sem estocagem adequada. Em Sorriso, a situação é semelhante: grande parte dos agricultores não possui silos próprios, e a maioria das estruturas de armazenagem está sob o controle de tradings e cooperativas. Isso obriga os produtores a escoarem a safra logo após a colheita, período em que os preços costumam ser mais baixos, reduzindo o poder de negociação e, consequentemente, a margem de lucro.
Enquanto nos Estados Unidos — principal concorrente do Brasil no mercado internacional — a capacidade estática de armazenamento é 20% superior à produção anual, no Brasil a realidade é inversa. A diferença impacta diretamente a competitividade, já que o produtor americano pode segurar o produto e vender em períodos mais favoráveis.
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Em Sorriso, produtores afirmam que o custo elevado para construção e manutenção de silos, aliado a despesas com energia, mão de obra e controle fitossanitário contra pragas e umidade, é o principal entrave para ampliar a capacidade de estocagem. Muitos preferem evitar o investimento e vender de imediato para grandes empresas, mesmo sabendo que poderiam obter preços melhores ao longo do ano.
Especialistas apontam que, sem investimentos consistentes em infraestrutura de armazenagem na região, o município continuará enfrentando perdas financeiras e limitações no mercado global, mesmo sendo um dos maiores polos produtores de grãos do país.
AGÊNCIA NORTÃO MT