Dá para contar pelo menos umas três ou quatro chances claras de gol. Duas com Samuel Lino (um gol impedido e uma defesaça de Cambeses), um meio voleio de Pedro.
Mas se não bastavam os passes clarividentes de Jorginho, os dribles de Carrascal, o toque de classe de Arrascaeta para sair o gol. Ele saiu na insistência, no por acaso, na pressão.
O meia colombiano, em noite magistral, deu uma assistência sutil para Bruno Henrique repetir o que tem feito nos últimos tempos? se enrolar. O rebote caiu nos pés de Carrascal por essas coisas do destino. A bola entrou lenta, sofrida, quase pedindo desculpas aos argentinos que resistiram até ali.
Empurrada, diga-se, pelo sopro de 70 mil na arquibancada. Que gritavam “Mengo” havia minutos e minutos incessantes. Uma bancada ressuscitada de anos atrás, revestida dos gritos eternos de nossas mentes.
Não estavam ali aqueles rubro-negros que esperam seu time dar um sacode no rival de plantão. Havia ali um senso de urgência, a angústia, a comunhão com o campo (não a cobrança) e o grito gutural que vem da caverna que há em cada homem.
Quem viu a torcida fazer muxoxos pelo placar mínimo diante do Estudiantes conseguiu perceber a diferença. O torcedor rubro-negro voltou a valorizar o 1×0 porque foi conquistado também no seu grito.
Caberá ao time estender este espírito ao El Cilindro porque a gente do Racing também saberá se fazer presente.