Paulo Schmit dos Santos foi condenado a 22 anos e seis meses de prisão pelo assassinato de Roseli Gonçalves de Aguiar, ocorrido em dezembro de 2009 em Sorriso. A sentença foi proferida nesta terça-feira após vários anos de tramitação do processo. O crime foi classificado como homicídio triplamente qualificado.
O corpo de Roseli, então com 31 anos, foi encontrado em uma propriedade rural na divisa entre os bairros São Domingos e Parque Universitário na madrugada do dia 24 de dezembro de 2009. A vítima estava nua, com as mãos amarradas para trás com sua própria calça, e apresentava sinais de agressão na cabeça, nuca e queixo. Um pedaço de madeira foi encontrado próximo ao local, assim como suas roupas íntimas e sua motocicleta.
Investigações apontaram que o réu e Roseli mantinham um relacionamento extraconjugal havia cerca de um ano e oito meses, marcado por conflitos. Na noite do crime, os dois estiveram em uma festa em um clube local, onde discutiram. Segundo a versão acatada pelos jurados, Paulo a levou para um local isolado, onde a agrediu, a estrangulou e a matou com um golpe na cabeça. Em seguida, retornou ao clube, possivelmente para tentar criar um álibi.
O juiz Rafael Depra Panichella, responsável pelo caso, explicou que o processo enfrentou anos de tramitação devido à complexidade e à necessidade de desmembramento das ações contra dois réus. Ele destacou que, na época do crime, ainda não existia a tipificação de feminicídio na legislação brasileira, o que poderia ter resultado em pena maior.
Para o promotor Luiz Fernando Rossi Pipino que a condenação representa uma “justiça concretizada”. Ele ressaltou que a família da vítima nunca deixou de buscar punição e lembrou que a irmã de Roseli já havia aconselhado a vítima a encerrar o relacionamento, que era marcado por ameaças e violência.
“E apesar do tempo, os familiares nunca deixaram de acreditar na punição do réu, do agressor, que cometeu um crime covarde contra essa jovem mulher”, disse o promotor.
O réu foi preso e agora cumprirá pena em regime fechado. A defesa já recorreu da decisão. Roseli era solteira e deixou uma filha.