Abril já se aproxima da metade, mas a aguardada reunião entre as lideranças do União Brasil em Mato Grosso, ventilada desde fevereiro, ainda não aconteceu. Presidente estadual da sigla, o governador Mauro Mendes desconversou ao ser questionado, limitando-se a dizer que mantém diálogo com membros do partido e que o encontro será marcado em momento “adequado”, embora “não muito distante”.
O vice-presidente estadual da legenda, senador Jayme Campos, também tentou minimizar a ausência do encontro entre os principais nomes do partido. Segundo ele, o processo eleitoral foi antecipado de forma exagerada. “Vamos aguardar com paciência, cada um fazendo a sua parte”, disse. Jayme ainda ponderou que decisões regionais devem ser tomadas apenas após a consolidação da fusão entre o União Brasil e o Progressistas (PP).
As declarações foram dadas durante evento do Governo do Estado, na sexta-feira (11), em que Mauro e Jayme dividiram o mesmo palco. O União Brasil vive um momento decisivo em Mato Grosso: Jayme defende candidatura própria ao governo em 2026 — possibilidade que pode incluí-lo na disputa —, enquanto Mauro já declarou apoio ao seu atual vice-governador, Otaviano Pivetta (Republicanos).
“Infelizmente, vamos ser honestos, foi muito antecipado o processo eleitoral aqui em Mato Grosso. Muito cedo. Estamos em abril. Acho que esse assunto tem que ser discutido a partir de outubro, considerando as possibilidades de federação e fusão partidária”, reforçou Jayme.
Apesar da fala conciliadora, o decano da política mato-grossense revelou que o União Brasil não realiza reuniões há algum tempo. Foi ele, inclusive, quem revelou um convite informal feito por Mauro para um encontro, durante a posse de Deosdete Cruz Junior, no início de março.
Jayme continua firme na defesa de candidaturas próprias em 2026. “Um partido sóbrio tem que ter candidaturas próprias”, afirmou. No entanto, frisou que qualquer definição deve ocorrer por meio do diálogo interno, respeitando a vontade da maioria e evitando decisões “goela abaixo”.
Ele também destacou que o cenário político passa por transformações, como a fusão em andamento entre o UB e o PP, que poderá culminar na criação de uma nova federação. “Está mais ou menos acordado, mas isso precisa ser materializado. Vamos aguardar. Esse assunto está em pit stop, por enquanto, mas imagino que nos próximos 45 dias estará definido. Outros partidos também poderão integrar essa federação”, pontuou.
Sobre a ausência da reunião, Jayme devolveu a responsabilidade: “Essa pergunta tem que ser endereçada à pessoa ideal, que é o Mauro Mendes, presidente do partido.”
Questionado, Mauro respondeu: “Tenho, com frequência, conversado com vários atores do nosso partido. E vamos continuar. Em algum momento, não muito distante, isso vai acontecer.”
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