O Laticínio Maria, de Costa Rica/MS, e a técnica de campo Jéssica Barros de Oliveira conquistaram o primeiro lugar na categoria Agroindústria no Prêmio ATeG 2025 – Gestão, Resultado que Alimenta. O evento organizado pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) reconheceu a trajetória da família Guedes construída ao longo de alguns anos.
A iniciativa que avalia e certifica propriedades das cadeias produtivas da pecuária, agricultura, agroindústria e aquicultura, considerando critérios como boas práticas agropecuárias, capacitação da equipe, sucessão familiar, desempenho gerencial e melhoria na qualidade de vida, também entregou aos vencedores, equipamentos específicos para o aprimoramento da atividade.
Aparecido Guedes Cardoso e sua filha, Mayara Cristina Pereira Guedes representaram a empresa da família durante a cerimônia. Participaram também da solenidade, o presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Marcelo Bertoni, e o superintendente do Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Lucas Galvan.
A premiação reconhece o trabalho iniciado por “Guedinho”, que transformou o sonho de ter um sítio em um empreendimento de referência no norte de Mato Grosso do Sul.
A agroindústria assistida pelo Senar/MS, por meio da ATeG (Assistência Técnica e Gerencial) passou por um processo de estruturação, ampliando sua atuação, conquistando mercados e garantindo certificações que abriram as portas para o mercado nacional. Hoje, o negócio é reconhecido como exemplo de gestão, inovação e empreendedorismo rural.
O início de tudo
Uma história que começou de forma simples com poucas vacas e dependendo de leite de vizinhos para revenda a um laticínio local, se transformou em um pequeno empreendimento sem muita estrutura.
Guedinho explica que, no início, tudo era improvisado e perdiam muito leite, porque azedava. Seu filho, Marco Aurélio Guedes Cardoso, relembra que nesta época a empresa não tinha um bom retorno financeiro e que passava a madrugada ajudando seu pai.
“No começo, o retorno era pouco. Eu vinha de madrugada, ajudava meu pai a ensacar o leite e às 7h seguia para meu outro trabalho. Foram seis meses nessa rotina, até o negócio se firmar. Depois, com a assistência técnica, tudo começou a mudar”, afirmou.
Com o tempo, toda a família integrou o negócio. Mayara saiu de seu antigo trabalho na cidade e assumiu a área logística.

Em 2019, com a chegada da ATeG, a família passou a controlar custos, organizar o fluxo de caixa, planejar o crescimento com ferramentas digitais, como o aplicativo Conecta, e reestruturar o laticínio. “O Senar ajudou tanto na indústria quanto na propriedade rural. Foi o conjunto que nos deu segurança para crescer”, explicou Marco.
A produção, que era de 5 mil litros de leite por mês, saltou para 80 mil, e há expectativa de chegar aos 100 mil até o fim do ano. Além do aumento na produtividade, a família também expandiu seu portfólio, atualmente são comercializados cinco produtos e outros dois estão em desenvolvimento.

A modernização da estrutura elevou o padrão de qualidade e garantiu certificações que possibilitaram o acesso ao mercado nacional.
Seu Guedinho já acumula 15 certificados de cursos do Senar e se destaca pela busca constante de conhecimento. “Você tem que começar pequeno, mas sonhar grande. Não almejo riquezas, apenas que a família continue à frente dos negócios e que meus netos, que hoje são pequenos, também façam parte do time daqui alguns anos”, afirmou.
Sustentabilidade integrada
Desde 2007, a propriedade rural é referência em sustentabilidade, e é vista como modelo em recuperação de pastagens degradadas e contribui para uma agropecuária de baixa emissão de carbono. Inclusive, atualmente são realizadas atividades de campo e palestras do Senar/MS no local, atraindo dezenas de pessoas em busca de aprendizado.
Em 2023, o Laticínio Maria foi eleito o melhor da região e recebeu o Troféu Ipê — reconhecimento que marcou a história da família.

A técnica Jéssica Barros, que acompanhou a evolução da empresa familiar, afirma que o reconhecimento nacional é motivo de muito orgulho.
“Essa conquista representa o esforço conjunto, o planejamento e a dedicação diária dessa família. Nós orientamos, analisamos e sugerimos melhorias, mas quem transforma tudo isso em realidade é o produtor, e a família Guedes fez isso com excelência. Eles se uniram, confiaram no processo e se entregaram ao trabalho. É gratificante ver minha atuação reconhecida e perceber, mais uma vez, que trabalhar com o Senar/MS é realmente transformar vidas”, acrescentou.
A coordenadora da ATeG do Senar/MS no segmento de Agroindústria, Camila Lima, destaca a importância do trabalho desenvolvido junto aos produtores atendidos.
“Como gestora da Agroindústria, receber um prêmio nacional é imensurável. Ter o nosso trabalho como referência mostra o reflexo de uma atuação conduzida com responsabilidade, comprometimento e excelência. Seguimos uma metodologia que tem contribuído para que os produtores alcancem o sucesso que almejam”, pontuou.
Confira um pouco mais sobre a história da Familía Guedes aqui.
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