Segundo a revista “Forbes”, que faz em tempo real o tamanho da fortuna de bilionários espalhados pelo mundo, Rubens Menin, o principal acionista da SAF do Atlético-MG, tem hoje um patrimônio de US$ 1,8 bilhão (pouco mais de R$ 10 bilhões).
Seus principais negócios vão bem.
O Banco Inter teve um lucro de R$ 973 milhões em 2024, recorde de sua história e três vezes maior que o apurado no ano anterior.
A construtora MRV teve receita líquida de R$ 8,4 bilhões.
Para quem acha que SAF é sinônimo da solução de todo clube de futebol afundado em dívidas, a terça-feira caótica que o Atlético-MG teve é para quebrar a cabeça.
Como um homem tão rico e com negócios tão sólidos pode atrasar salários no clube que comprou, sendo cobrado por jogadores e vendo até Rony pedir, e depois recuar, a rescisão contratual?
A resposta até que é bastante simples: ricaços, como Menin, não rasgam dinheiro.
Muito do que acontece com o Atlético-MG é culpa do próprio empresário e de mais três outros ricaços que injetaram uma montanha de dinheiro muito antes da SAF para o Galo brigar por títulos grandes.
Mas agora é diferente.
Menin é o dono do Atlético-MG. Prejuízos vão pesar no seu bolso, no patrimônio da família. Tirar dinheiro de outros negócios para pagar salários que o Atlético-MG não consegue honrar não é nada simples.
No final de 2024, ele já projetava tempos difíceis para o Atlético-MG.
“Os juros vão acabar em 14% (taxa Selic), sendo que a expectativa era 8%. Cada seis pontos percentuais de juros correspondem a R$ 50 milhões a menos para o Atlético e todos os clubes. Isso consome um dinheiro a mais nosso, que é o custo da dívida. Agora, nosso planejamento é de acabar com as dívidas no meio de 2028”.
“Importante termos saúde financeira, não atrasar os pagamentos, fazer uma história nova com a SAF, salários e compromissos em dia, sem aquelas dívidas trabalhistas, fluxo de caixa, não devemos jogador ou Fifa. Isso é muito bom para gente”.
Pelo que aconteceu na terça-feira, a saúde financeira do Atlético-MG não é nada saudável. Os salários estão atrasados a ponto de causar quase uma rebelião entre os jogadores.
Futebol não é banco, construtora. Menin sente na pele isso.
Didático, assim como o caos do Atlético-MG para o torcedor, do clube e de todos os outros que sonham com uma SAF.
Virar SAF não significa fim de dívidas, crises, salários atrasados.
E, para lembrar: ricaços não rasgam dinheiro.