Uma distribuidora contestou as tarifas de Donald Trump ao Brasil na primeira ação da Justiça americana contra a medida. Sem sinal de um acordo com os Estados Unidos sobre as tarifas, o Planalto tenta avançar nas negociações envolvendo o acordo Mercosul-União Europeia.
O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), se reuniu com representantes do Parlamento Europeu ligados ao comércio exterior. A expectativa é que o acordo, anunciado em 2024, seja assinado até o final deste ano.
Além da resolução entre os dois blocos, o grupo discutiu medidas de cooperação comercial entre Brasil e a União Europeia. O Planalto aponta para a necessidade de garantir novos parceiros, diante da incerteza da relação com os Estados Unidos devido ao tarifaço de Trump.
Nas palavras do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), o Brasil vai seguir “na mesa de negociações” mesmo com a demora para uma resposta americana.
Ao mesmo tempo, Haddad não descarta a possibilidade das tarifas serem aplicadas no dia 1° de agosto e diz que o governo prepara um plano de contingência para ajudar setores atingidos. O ministro, no entanto, não detalhou as medidas e nem os produtos afetados por elas.
Outro caminho buscado pelo governo é a interlocução com empresas americanas, tentando alinhar o discurso para definir a negociação. Na manhã desta segunda, representantes de big techs foram até o Palácio do Planalto para discutir o tema. O tratamento do governo brasileiro às empresas de tecnologia era uma das críticas de Donald Trump na carta em que anunciava o tarifaço ao Brasil. Entre as companhias representadas estão Google, Meta, Apple e Visa.
Também visando o setor privado, o governo se reuniu com o setor de mineração, que pretende enviar empresários aos Estados Unidos para discutir as taxas. Além da nova alíquota prometida, os mineradores já lidam com um imposto de 50% contra aço e alumínio.
Na reunião, o governo apontou que mantém diálogo aberto com a Casa Branca e que tenta pedir uma prorrogação de 60 ou 90 dias para o prazo de vigência do tarifaço.
Em Washington, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, disse nesta segunda-feira (21) que a decisão para o aumento dos prazos para os acordos comerciais virá unicamente de Donald Trump. Bessent também destacou que os Estados Unidos não têm pressa para definir o futuro das tarifas, mesmo com o dia 1° de agosto se aproximando.