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25/04/2025

25 de abril de 2025 01:36

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Por que onça-pintada que teria matado caseiro no Pantanal foi capturada?

O anúncio de que a onça-pintada que teria matado o trabalhador rural Jorge Avalo, de 60 anos, no Pantanal, seria capturada levantou o debate sobre a necessidade desse tipo de procedimento. Nas redes sociais, um questionamento frequente entre internautas é: qual a necessidade de retirar o animal de seu habitat, se ao atacar a vítima, ela apenas seguiu seu instinto natural?

Onça-pintada capturada.

Conforme o biólogo Henrique Abrahão Charles, essa é uma medida de segurança, busca evitar novos ataques a seres humanos e também preservar a própria vida do animal.

“Se uma onça comeu uma pessoa e achou fácil, provavelmente ela pode voltar e atacar outra. Para evitar esse tipo de situação, as autoridades precisam agir quando um grande predador ataca uma pessoa. Em casos como este, de grande comoção, há ainda o risco de as pessoas tomarem providências por conta própria, tentar fazer justiça com as próprias mãos e matar indiscriminadamente os animais. Quando a autoridade não age, a população pode acabar exterminando um número significativo de bichos. Então, para evitar novos conflitos entre humanos e animais e tentar preservar a integridade de ambos, as autoridades precisam intervir — como ocorreu neste caso, em que retiraram a onça que supostamente atacou o senhor Jorge.”


Henrique Abrahão Charles, biólogo.

De acordo com Charles, a captura de animais que atacam humanos é uma prática adotada em diversas partes do mundo, podendo até resultar no abate imediato do animal, como em alguns casos envolvendo crocodilos ou ursos.

  1. Vídeo mostra onça-pintada rondando fazenda onde caseiro foi atacado

  2. Caseiro é atacado e morto por onça-pintada no Pantanal de MS

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Henrique Abrahão Charles, biólogo.

O biólogo sustenta a hipótese de que a onça-pintada que atacou o caseiro era cevada no pesqueiro onde a fatalidade aconteceu. A prática da “ceva” — que consiste em atrair animais silvestres com alimento — é proibida por lei, mas não é incomum na maior planície alagável do planeta.

“Em alguns desses pesqueiros, é comum a ceva de animais para atrair turistas. Ela (a onça) estava em uma região de pesqueiro, provavelmente atraída pelo cheiro de restos de peixe, que turistas acabam deixando. Essa onça já rondava o local há meses, ela foi registrada por câmeras. Provavelmente, ela já entendia aquele território como seu, com comida fácil, disponível. E não só ela — possivelmente havia outras onças por ali também.”


Henrique Abrahão Charles, biólogo.

A ceva de onças-pintadas no Pantanal ainda agrava os efeitos do desmatamento, que cresce a cada ano no bioma, segundo Charles.

“As onças têm convivido relativamente bem com turistas, mas com o avanço do desmatamento, suas áreas naturais estão sendo reduzidas. Isso provoca o acúmulo de várias onças em um mesmo território. Incentivadas pela ceva — ou seja, por pessoas jogando alimentos —, esses animais, que são selvagens, podem eventualmente ultrapassar os limites, e o conflito acontece, como foi o caso recente.”


Henrique Abrahão Charles, biólogo.

Onça-pintada não deve voltar à natureza

Henrique Abrahão acredita que é muito difícil que a onça capturada volte à natureza. O animal foi pego por policiais militares ambientais na madrugada desta quinta-feira (24), sedado e encaminhado ao Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande. Após avaliação veterinária, ela poderá ser transferida para outro santuário, onde viverá em cativeiro.

“Provavelmente ela não volta mais à natureza. Ele pode ir para um zoológico, para ser usada em programas de reprodução. Reintroduzir onças na natureza é muito complicado. Elas são territorialistas, e ao serem soltas em áreas diferentes do seu habitat original, podem acabar condenadas, perambulando sem rumo ou invadindo territórios de outras onças. É improvável que ela retorne ao ambiente natural.”


Henrique Abrahão Charles, biólogo.

Por fim, Henrique ressalta um consenso entre ambientalistas, biólogos e outros profissionais da área: embora possível, ataques de onças-pintadas a humanos são extremamente raros.

“Entre os felinos, a onça é a que menos ataca pessoas. Geralmente, esses ataques envolvem onças mais velhas, sem dentes ou com a visão comprometida, que atacam como último recurso. Mas, quando atacam, são extremamente eficientes, mais até que outros predadores. A onça normalmente não enxerga o ser humano como presa. É raro, mas infelizmente acontece.”


Henrique Abrahão Charles, biólogo.

O ataque fatal da onça-pintada

 Jorge foi atacado pela onça-pintada e teve o corpo arrastado para o meio da mata fechada, na última segunda-feira (21). O caseiro estava sozinho. O ataque foi descoberto por um piloteiro que parou na propriedade e se deparou com rastros de sangue e pegadas do animal, além de partes do corpo da vítima. Vídeos gravados na propriedade ajudam a dimensionar o que aconteceu com Jorge.

A PMA (Polícia Militar Ambiental) foi acionada em seguida e enviou equipes para a região. As buscas pela vítima duraram até o dia seguinte, terça-feira (22), quando os restos mortais de Jorge foram encontrados. Durante o resgate, a onça ainda atacou um dos homens que atuavam nas buscas.

Ontem (24), os familiares de Jorge deram adeus ao caseiro em sepultamento sem velório e com caixão fechado.

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