Preso na Penitenciária Federal de Campo Grande, desde março de 2024, o deputado federal João Francisco Inácio Brazão, conhecido como “Chiquinho Brazão”, precisou passar por exame de cateterismo na manhã desta terça-feira (11), no Hospital do Coração, na capital sul-mato-grossense. O político é um dos mandantes da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes, em março de 2018.
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Para sair da Penitenciária Federal, foi necessário mobilizar mais de 20 policiais penais federais, que estiveram divididos em uma ambulância e quatro viaturas de escolta. O trabalho de segurança foi extremamente reforçado.
Chiquinho é cardiopata e precisou ser submetido a exame clínico, uma vez que relatório médico emitido em dezembro de 2024, indicou que o detendo estava com “alta possibilidade de sofrer mal súbito com elevado risco de morte”.
Para ser realizado o exame, foi necessário autorização do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes. A defesa do deputado chegou a pedir, também, prisão domiciliar “humanitária”, em que seria colocada tornozeleira eletrônica, além de autorização prévia para ser transferido a um hospital do Rio de Janeiro, onde faria cirurgia.
Porém, o pedido foi negado pelo mesmo ministro que autorizou a saída temporária para realização do exame em Campo Grande.
Quem é Chiquinho Brazão?
Empresário de postos de gasolina, Chiquinho Brazão foi vereador na Câmara Municipal do RJ pelo MDB por 12 anos, inclusive durante os dois primeiros anos de mandato de Marielle, entre 2016 e março de 2018, quando foi assassinada.
Em 2018, Chiquinho foi eleito para a Câmara dos Deputados pelo Avante e, em 2022, foi reeleito, mas, desta vez, pelo União Brasil. Naquele ano, ele teve 25.817 votos.
Em outubro de 2023, o político se afastou da Câmara dos Deputados e assumiu o comando da Secretaria Municipal de Ação Comunitária, no governo de Eduardo Paes (PSD). A indicação foi feita pelos Republicanos, partido do ex-prefeito Marcelo Crivella. Em fevereiro deste ano, ele foi exonerado do cargo pelo prefeito. À época, segundo a prefeitura, a exoneração ocorreu a pedido do próprio Chiquinho.
Em maio do ano passado, Chiquinho chegou a receber dos deputados Pedro Brazão, seu irmão, e de Marcelo Ferreira Ribeiro, conhecido como Marcelo Dino, a maior honraria da Alerj, a medalha Tiradentes.
Ao contrário do irmão, Chiquinho nunca havia sido citado no caso Marielle e, quando perguntado, alega que teve um bom convívio e relação com Marielle Franco nos dois anos em que dividiram o plenário da Câmara do Rio.
Ele é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) em 2018.O político está preso desde o dia 24 de março, junto com o irmão dele, o conselheiro Domingos Brazão, do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Rio de Janeiro).
O deputado foi preso por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito. A decisão foi seguida pela 1ª Turma do STF.