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22 de julho de 2025 06:56

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Quem não se planeja, paga mais caro – 12/07/2025 – De Grão em Grão

Todo mundo sabe que, ao comprar uma passagem aérea na véspera da viagem, o preço costuma ser salgado. E se você deixar para reservar hotel em cima da hora, o custo é ainda maior — isso quando ainda há vaga. Mas, curiosamente, muita gente trata a compra de um carro ou de um imóvel como se fosse algo que se decide em cima da hora.

Platão já dizia que “o início é a parte mais importante do trabalho”. E, no caso de bens de alto valor, começar com planejamento é o que separa uma escolha tranquila de um financiamento que aperta por anos.

A maioria das pessoas deseja comprar a casa própria ou trocar por um imóvel maior, seja porque a família cresceu ou os planos mudaram. No caso dos carros, a troca acontece, em média, a cada 5 anos, segundo dados da indústria automotiva. Ou seja, são decisões previsíveis — mas que, ainda assim, pegam muita gente de surpresa na hora da execução.

A maioria adia o planejamento até perceberem que “não dá mais para esperar” e, diante da urgência, recorrem a um financiamento. Mas o financiamento cobra caro pela improviso. Cobra juros altos, pouca flexibilidade e pressa.

Assim como nas férias, quem se planeja para pagar antes, aproveita mais barato depois. A compra de um bem de alto valor não precisa acontecer no susto ou emergência. Ela pode — e deve — ser preparada com antecedência. E, nesse sentido, o consórcio funciona como aquela passagem emitida com meses de antecedência: tem um custo menor, exige planejamento e compromisso e te dá o que você precisa no tempo adequado.

Vamos a um exemplo prático: imagine que você acabou de comprar um carro. Você já sabe que em três a cinco anos vai trocar. Possivelmente, já tem em mente o montante da aquisição, por exemplo R$150 mil. Se esperar e optar por um financiamento tradicional, com entrada de 20% e o restante parcelado em 48 vezes, pagando uma taxa média de 1,8% ao mês, vai desembolsar aproximadamente R$206 mil no total. Ou seja, um custo adicional de R$56 mil — quase 40% a mais que o valor do carro que você já sabia com antecedência.

Agora, considere o consórcio. Em vez de pagar juros elevados, você entra num grupo com taxa de administração total de, por exemplo, 16%, diluída ao longo de 60 meses. O custo final será de cerca de R$174 mil. Você economiza R$32 mil em relação ao financiamento. E mais: pode ser contemplado antes do fim do prazo — especialmente se ofertar um lance estratégico com recursos que já teria guardado para a entrada.

O consórcio ainda tem duas vantagens que muitos desconhecem. Se você é contemplado no início e ainda não pretende adquirir o bem, você pode vender sua carta e ganhar até 20% a 30% do valor do crédito. Isso significa você obter um lucro que pode superar 30 vezes o valor investido. Além disso, depois de ser contemplado, seu crédito fica aplicado em um fundo de renda fixa e você não precisa usar imediatamente.

É verdade que alguns se decepcionam com o consórcio. Mas isso geralmente acontece por dois motivos: escolherem um grupo desalinhado com seus objetivos ou por não entenderem a lógica de contemplação. Não é uma ferramenta mágica, mas, quando bem escolhida, pode ser extremamente eficiente.

Mesmo quem tem o dinheiro à vista pode se beneficiar. Com os juros atuais dos investimentos — cerca de 15% ao ano em aplicações conservadoras —, manter os recursos aplicados e utilizar o crédito de um consórcio com custo estimado de inflação + 1,5% ao ano (algo próximo a 7% hoje) pode gerar um ganho líquido expressivo. Você mantém seu patrimônio crescendo enquanto usa capital de terceiros a um custo bem menor do que o retorno da sua carteira.

Planejamento inteligente é isso: alinhar tempo, disciplina e rentabilidade. A vida parece cheia de urgências apenas para quem deixa tudo para a última hora. Grandes conquistas não devem ser uma resposta ao improviso — elas merecem ser construídas com antecedência e consciência.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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