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19 de março de 2025 18:26

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Se eu não pensar em ser governador, tenho que ir para casa

Um dos políticos de maior ascensão em Mato Grosso nos últimos anos, o deputado estadual Max Russi (PSB) assumiu a presidência da Assembleia Legislativa neste mês e já adiantou que o desejo de continuar a crescer na política continua a ser uma de suas prioridades.

 

Como deputado estadual, que gosto do que faço, gosto de política, gosto de trabalhar, se eu não pensar em ser governador do meu Estado, tenho que parar com a política

Max iniciou a carreira como vereador em Jaciara, aos 23 anos, e na sequência se elegeu prefeito no município por dois mandatos consecutivos.

 

Atualmente, ele está em seu terceiro mandato como deputado estadual e consolidou, nas eleições do ano passado, sua liderança no Estado: elegeu 15 prefeitos, entre eles sua esposa Andreia Wagner (PSB), em Jaciara, e o irmão Alexandre Russi (PL), em Juscimeira.

 

Com capacidade de agregar apoiadores e com os bons resultados em eleições recentes, Max projeta um dia se eleger governador do Estado. “Como deputado estadual, que gosto do que faço, gosto de política, gosto de trabalhar, se eu não pensar em ser governador do meu Estado, tenho que parar com a política e ir para a casa”, afirmou.

  

Em entrevista ao MidiaNews, ele explicou que o projeto não vai se concretizar nas eleições de 2026.

 

“A próxima eleição? Acho que a próxima eleição ainda não é o projeto, vou me preparar para frente, mas pretendo, sim, e no momento certo tenho certeza que terei condição de disputar”, disse.

 

Ao longo da entrevista, o deputado também falou de planos para a Assembleia Legislativa, do cenário político em Mato Grosso e da paralisação do BRT em Cuiabá.

 

Confira os principais trechos da entrevista (e a íntegra no vídeo abaixo da matéria):

 

MidiaNews – Uma das grandes discussões na política mato-grossense é a composição do grupo do governador Mauro Mendes para 2026. O que temos, por enquanto, é que o governador deve ir ao Senado e o vice-governador Otaviano Pivetta disputará o Governo. Acha prudente trazer o PL para essa chapa?

 

Max Russi – Acho que é prudente trazer todo mundo. Acho que política se faz ciscando para dentro, trazendo apoios, trazendo lideranças, trazendo quem soma, trazendo quem pensa, não de forma igual, mas de forma parecida. E o PL é um partido que soma bastante, é um dos maiores partidos do Estado, elegeu prefeitos nas principais cidades. Soma bastante essa composição.

 

Não acho que vá acontecer, acho uma composição difícil, mas, se for possível… Isso vai depender de muita conversa, muita reunião, muita discussão, é uma composição interessante.

 

 

 

MidiaNews – Acha difícil por conta do desejo do senador Wellington Fagundes em disputar o Governo?

 

Max Russi – Não só do Wellington. Tem dois candidatos colocados. O Wellington, que é senador e está no meio do mandato, quer disputar o Governo. E tem o [Odílio] Balbinotti também, que é um empresário que participou ativamente das eleições municipais do ano passado e que está se colocando. Inclusive já esteve lá na Assembleia pedindo apoio como um pré-candidato ao Governo.

 

Então são dois nomes dentro do partido. É mais difícil de compor. E tem um candidato ao Senado também. Nesse caso, são duas vagas ao Senado e seria fácil de acomodar o [José] Medeiros aí.

 

Agora, vai ter muita discussão. Mato Grosso tem um histórico de eleições de primeiro turno, de não ter três candidaturas fortes. Acredito que na eleição do próximo ano, teremos um quadro de três candidaturas fortes e um segundo turno bem desenhado.

 

Porque vai ter uma candidatura forte da extrema-direita, Bolsonarista, a candidatura do Pivetta, que é um grupo forte que pega a maioria dos deputados, vai estar com a caneta de governador. E a esquerda também. Se o Lula for candidato novamente, vai ter um candidato no Estado. Se eles se prepararem antes e não for de última hora, como na eleição passada, também é um nome que tem um percentual interessante de votos no Estado.

 

Hoje se você me perguntar qual o meu projeto, te respondo que é ser um grande presidente da Assembleia, fazer a diferença como presidente

MidiaNews – Será uma disputa acirrada…

 

Max Russi – É, se desenha para isso, mas está muito longe, né? Então, lógico que o PL vindo para cá define a eleição no primeiro turno. Então, isso tudo pode ser mudado.

 

MidiaNews – Como seria, na sua opinião, a composição ideal ao Governo e ao Senado?

 

Max Russi – Quem estiver mais preparado, quem a população entender ser os melhores representantes. É muito cedo para falar. A gente está começando os mandatos dos prefeitos. Antecipou-se muito a eleição de 2026. Mas o eleitor, quem está em casa, acaba influenciado pela mídia e quer saber, né?

 

Mas tem muito tempo ainda, muita construção para acontecer. Muitos falam, e eu apoio e acredito, que o Mauro é candidato ao Senado, mas pode não ser. Outros me perguntaram se o Mauro vai desistir… Já desistiu quando tinha uma eleição de prefeito. Qualquer um pode desistir. Então é um cenário que é incerto ainda e muita coisa tem para acontecer no próximo ano.

 

O que o deputado Max vai fazer? Trabalhar muito, fortalecer o grupo político. Saímos muito fortes da última eleição municipal para chegar no ano que vem, sentar na mesa e discutir o que for melhor para Mato Grosso.

 

MidiaNews – E o senhor vai à reeleição?

 

Max Russi – Hoje, se você me perguntar qual o meu projeto, te respondo que é ser um grande presidente da Assembleia, fazer a diferença como presidente. Se o ano que vem Deus me permitir e for a vontade do meu grupo político, é um mandato mais, digamos assim, tranquilo. Porque deputado federal é uma eleição que eu não tenho vontade de disputar.

 

MidiaNews – O senhor já chegou ao principal cargo da Assembleia de Mato Grosso. Não acha que está na hora de tentar novos voos?

 

Max Russi – Quando me elegi vereador, passado um tempo, falei: “Quero ser prefeito do meu município”. E trabalhei nesse projeto, Deus me permitiu e pude ser prefeito. E confesso que oito anos foram muito importantes na minha vida, importantes inclusive para eu chegar na Assembleia.

 

Como deputado estadual, que gosto do que faço, gosto de política, gosto de trabalhar, se eu não pensar em ser governador do meu Estado, tenho que parar com a política, tenho que ir para casa cuidar dos meus netinhos. 

 

Ah, mas quando? A hora que Deus mostrar que é o momento certo, vou trabalhar para isso. A próxima eleição? Acho que a próxima eleição ainda não é o projeto. Vou preparar para frente, mas pretendo sim, e no momento certo, tenho certeza que terei condição de disputar. E, se for da vontade do povo Mato Grosso, administrar esse Estado.

 

Mato Grosso é um Estado em que acredito muito, que eu amo muito. É um Estado gigante, um Estado rico que vai crescer muito mais ainda, vai desenvolver mais.

 

 

 

MidiaNews – Mas é o próximo sonho?

 

Max Russi – É vontade, né? Acho que o político tem que sempre querer um cargo melhor, uma condição que possa fazer mais. No Legislativo você opina, legisla, muda, altera projetos. No Executivo você faz a entrega, você executa.

 

Tive a oportunidade de ser do Executivo. É muito mais gratificante, é muito mais estressante, muito mais puxado. O Legislativo é mais tranquilo, mas no Executivo você faz a entrega, você tem condição de melhorar de forma concreta a vida de uma pessoa.

 

Eu gosto, então vontade tenho, mas não tenho pressa, tudo no tempo certo.

 

Tive a oportunidade de ser do Executivo. É muito mais gratificante, é muito mais estressante, muito mais puxado. O legislativo é mais tranquilo, mas no Executivo você faz a entrega

MidiaNews – O senhor está em um partido que é de centro-esquerda e aliado do Governo Lula, tendo como filiado o vice-presidente Geraldo Alckmin. O senhor faz política em um Estado cada vez mais antiesquerda. Não teme que isso o prejudique?

 

Max Russi – A minha política é do que é melhor para Mato Grosso. Se o melhor projeto estiver alinhado com as políticas da esquerda, é com a esquerda. Se ele estiver alinhado com a direita, é com a direita.

 

Acho que todo mundo tem bons projetos, bons programas, boas ideias, e defendo isso, defendo que o eleitor analise isso também. A gente tem que analisar o político que dá resultado, que faz entrega, que se dedica, que trabalha, que apresenta bons projetos. Muito mais do que simplesmente uma defesa ideológica, é uma defesa do conhecimento, de causa, de vivência, de buscar uma solução concreta.

 

Eu faço essa política e não trabalho com os extremos, prefiro trabalhar com o que dá resultado.

 

MidiaNews – Então, essa questão de polarização nas eleições não vê como algo benéfico para a política do Estado?

 

Max Russi – Acho algo muito forte e não concordo você condenar alguém ou falar que alguém não presta por fazer uma defesa, só por não ser do meu espectro político. Pelo contrário, preciso entender o ponto de vista dele, o que ele pensa, por que ele pensa dessa forma e o que esse pensamento dele traz de benefício à população.

  

MidiaNews – Na eleição passada, alguns deputados federais e estaduais do MDB reclamaram dessa conjectura de direita e esquerda, essa dicotomia. Segundo eles, por terem lançado a época Simone Tebet e depois no segundo turno se alinharem a Lula, eles foram prejudicados aqui no Estado, onde a gente teve majoritariamente eleitores bolsonaristas. Isso pensando em sua reeleição, se o PSB continuar com o Lula, pode prejudicá-lo? O senhor não pensa em mudar de partido?

 

Max Russi – Em projetos proporcionais, não tenho essa preocupação. Dentro do PSB saí de 20 mil votos, na primeira eleição, para 35 mil na segunda. Na última fui a 70 mil votos, sendo o segundo deputado mais votado. Fiz a legenda sozinho para eleger um deputado estadual. Então, essa preocupação não tenho.

 

Acho que muito mais importante do que o partido é o que acredito, o que penso. E o eleitor que me conhece sabe as ideias claras do Max, a defesa pelo social, a defesa pelo desenvolvimento do Estado. É algo que não interfere na minha decisão.

 

Eu gosto do PSB, tenho recebido convites importantes, de partidos importantes, e essa discussão estou fazendo com os meus prefeitos, com os meus vereadores, com quem me acompanha há muito tempo, com quem faz parte do meu grupo político. As decisões corretas são as decisões que você toma de forma coletiva.

 

Uma boa parte do meu grupo político entende que uma mudança seria bom para o meu futuro político. Esse desenho de Mato Grosso não é de hoje, é um desenho é histórico. Antes era de forma subliminar, com o PSDB e menos confronto. Agora se tornou mais no confronto. E a próxima eleição vai ser assim, esquerda e direita novamente. Então, o pessoal acredita que eu me identificaria muito mais em outro partido, talvez em outro desenho político.

 

Porém, poderia mudar apenas em março do ano que vem. Então, vou escutar bastante, ouvir bastante e tomar uma decisão a partir do início do próximo ano.

 

 

MidiaNews – Há alguma pressão da nacional para que isso aconteça? Ou para que tenha alguma liderança, por exemplo, do Zé do Pátio? Tem alguma briga de poder dentro do PSB?

 

Max Russi – Não, não tem. Tem várias pessoas que estão procurando o presidente do nosso partido [Carlos Siqueira] com intenção de vir para o PSB. Quem quiser vir vai ser bem-vindo, vai somar bastante. Nesse momento, a nacional tem deixado bastante tranquilo.

 

E a próxima eleição vai ser assim, esquerda e direita novamente. Então, o pessoal acredita que eu me identificaria muito mais em outro partido

Nós temos um bom presidente, o Carlinhos Siqueira é uma pessoa diferenciada. Vai largar, inclusive, a presidência agora em maio, vai assumir o João Campos, que é um dos melhores prefeitos do país, um jovem que a gente vai ouvir muito ainda na política nacional.

 

Então, o partido sempre me deu bastante apoio, sempre esteve junto, não tenho nada que possa reclamar do partido em termos de apoio aos meus projetos políticos e autonomia.

 

MidiaNews – O senhor se mostrou uma liderança como poucas dentro do PSB em Mato Grosso. E isso lhe dá poder para poder fazer exigências a partidos para uma possível filiação. O senhor já fez alguma exigência? Por exemplo, ao MDB, como só entrar caso ocupe a presidência? Há conversas mais aprofundadas nesse sentido?

 

Max Russi – Não. Não fiz nenhuma cobrança. Lógico que recebi convites não com propostas, mas digamos: “Vem para liderar, vem para montar a chapa, vem para ser presidente”. Isso tem. Não vou falar de quais partidos, mas isso tem até pelo espaço que a gente tem.

 

Conseguimos, com todo esse problema dentro do Estado, eleger 15 prefeitos em cidades importantes como Cáceres. Um partido com 180 vereadores saiu muito forte das eleições municipais.

 

Eu gosto de fazer partidos, gosto da militância partidária, gosto de fortalecer a base, sou municipalista, gosto de ir para o interior. 

 

Existem os convites de “vem tocar aqui, vem ser presidente”, mas nada com muita profundidade. Nada definitivo.

 

MidiaNews – E alguns políticos já falaram que se o senhor sair, vão sair atrás junto…

 

Max Russi – É, tem bastante conversa nesse sentido. Eles estão achando que se eu for candidato a deputado vou ter uma votação próxima da que tive na passada, isso facilita.

 

Quando você tem alguém, igual a Janaina [Riva], que teve 80 mil votos. Ela em uma chapa para deputado estadual, não é boa, ela é muito boa. Porque ela faz o voto dela, sobra mais de 10 mil votos, ou seja, só ela e mais um já faz dois [deputados]. Em uma chapa de proporcional, isso ajuda muito. É melhor você ter vários candidatos na casa dos 30 mil votos.

 

MidiaNews – Quais partidos já convidaram o senhor?

 

Max Russi – Republicanos, Podemos, MDB… Tem vários convites de partidos bons.

 

MidiaNews – Uma discussão que vem ganhando força em Brasília é a formação de uma “superfederação” entre União Brasil, Republicanos e Progressistas. Acha que essa composição pode prejudicar o PSB?

 

Max Russi – Não, é bom. Acho que o Republicanos já saiu fora dessa articulação. Agora, o PSB está trabalhando em Brasília com uma federação com cinco partidos. PSB está falando com a Avante, PDT, Cidadania, PV, ou seja, tem vários desenhos sendo construídos.

 

Acho que para a eleição do ano que vem vai diminuir o número de partidos, vai diminuir o número de candidatos. E para você ser eleito deputado estadual vai precisar de um número maior de votos, mesmo aumentando três vagas.

 

Porque as federações vão diminuir bastante [o número de partidos] e já tivemos algumas fusões. O PSDB falando em fusão, em federação. Acredito que vai ter uma diminuição grande de partidos nessa eleição de 2026, até por causa da cláusula de barreira. Os partidos que não se organizarem não vão atingir os 2,5%, vão deixar de ter o fundo eleitoral e praticamente deixar de existir.

 

MidiaNews – E vê com bons olhos esse cenário de redução?

 

Max Russi – Vejo. Não precisamos mais do que 5 ou 6 partidos no país. Acho que 35 partidos que tivemos, hoje estamos com 27, ainda é muito partido. Tem que diminuir mesmo. E 5, 6, 7 é o suficiente até para o eleitor se identificar e a gente poder trabalhar em militância partidária. É bom para o sistema político.

  

MidiaNews – Como avalia a gestão do presidente Lula em relação à situação econômica e fiscal do país, principalmente com a alta dos alimentos? A tendência é que a coisa piore?

 

Max Russi – Ruim. O endividamento é muito grande, preocupante e confesso que esperava mais desse Governo Lula 3. Não conseguiu ainda fazer entrega que queria fazer, que poderia ter feito, e a expectativa da população não está a contento. Eu esperava bem mais, queria ver mais e acho que podia muito mais.

 

Existem os convites de “vem tocar aqui, vem ser presidente”, mas nada com muita profundidade. Nada definitivo

MidiaNews – A gente tem aqui também essa discussão sobre a Reforma Tributária. Acha que o Governo Lula também está atrapalhando um pouco a gestão fiscal aqui do Estado?

 

Max Russi – Não, isso não. Atrapalhando não. Queria ver avanços em termos de economia, em termos de projetos nacionais. O primeiro e segundo governo do presidente Lula eu gostei, achei que tínhamos avanços importantes. E não consigo ver isso nesse terceiro governo.

 

Acho que agora estamos partindo para a reta final nos últimos dois anos, digamos que um ano e um pouquinho para fazer alguma coisa ainda, espero que faça. Melhore a economia, melhore o ganho do brasileiros.

 

MidiaNews – Recentemente, o Governo e a Assembleia estiveram em campos opostos no assunto mercadinho em presídios. Essa tensão não é ruim?

 

Max Russi – É natural isso e importante. Eu costumo falar que todos os problemas em algum momento acabam na Assembleia Legislativa. Existe o debate, o embate, alguns do Judiciário, alguns do Governo, pontos de vista diferentes e esse projeto vai estar desaguando na Assembleia.

 

Vai ser votado um veto nos próximos dias, digamos nos próximos 30 dias.

 

O que a gente precisa fazer é que os deputados debatam bastante, escutem bastante, façam uma análise criteriosa.

 

MidiaNews – E qual a opinião do senhor a respeito desse assunto?

 

Max Russi – Não estou influenciando nessa questão. Quero fazer esse debate dentro da Assembleia, vou convidar os atores antes da votação. Quero convidar o Tribunal de Justiça, o Poder Executivo, para a gente fazer um debate com todos os deputados e depois fazer a apreciação e a definição de voto.

 

Vamos fazer no Colégio de Líderes, como uma forma de subsidiar, porque os deputados, antes do projeto chegar, tinham uma visão, depois escutaram o Poder Judiciário e mudaram essa visão.

 

Ou seja, é bom a gente ir ouvindo todos os atores, a comunidade, as pessoas que são envolvidas com isso, para que a gente possa ter um voto mais qualificado e um voto mais assertivo.

 

MidiaNews – Um tema bastante polêmico nos últimos dias foi a decisão do Governo de rescindir o contrato com o Consórcio BRT. O que pensa a respeito desta decisão?

 

Max Russi – Acredito e defendo que tem que ser rompido o contrato, de preferência de forma amigável. Rompe-se o contrato, vê se a empresa consegue terminar alguma parte desse serviço, pega o resto que a empresa não vai fazer e divide isso, em quatro, cinco, seis empresas, de preferência de Mato Grosso.

 

Esse dinheiro vai girar aqui, vai fortalecer o nosso comércio, vai gerar emprego aqui. Se você dividir várias empresas, cada um pega um lote pequeno dentro da obra aqui. Geralmente é mais especializado, pode ser de concreto, pode ser de drenagem, pode ser de asfalto, enfim. Se fizer essa divisão, teremos condições de terminar num espaço de tempo mais curto.

 

Infelizmente, essa obra era para estar concluída em 2014. Onze anos se passaram e a obra não está concluída.

 

É difícil falar de uma obra que impacte tanto o dia a dia da população e de todas as camadas igual ao trânsito, igual à mobilidade urbana, porque desde quem pega o ônibus até quem tem o carro mais sofisticado, para no congestionamento… Então é algo que dá um desgaste muito grande. Dá desgaste para o Poder Executivo, para o governador, para a Assembleia Legislativa.

 

Falei para o governador: “O senhor tem 13 meses de mandato. Tem que concluir essa obra nesse prazo. Se não colocar todas as energias, todas as forças em cima disso, o desgaste vai ser muito grande para todos”.

 

Eu não acredito em outra conclusão. Se for fazer novamente uma licitação, pegar uma empresa, não vai terminar.

 

MidiaNews – Acredita que tem que ser um contrato emergencial?

 

Max Russi – Tem que ser um contrato emergencial, chamar várias empresas, fazer lotes menores e cada uma pega uma etapa. Aquela que não executar, você já vai trocando de novo. Fazer uma força-tarefa, porque nesse momento o Tribunal de Justiça, o Ministério Público, Tribunal de Contas, Assembleia, imprensa, todo mundo está mobilizado para ver isso acabar.

  

Se a gente não fizer algo nesse sentido, não vamos concluir essa obra, vai se passar mais um, dois, três, quatro, cinco anos. E o cidadão que está passando no buraco, que está tendo transtorno no Centro, em uma das avenidas mais importantes da Capital, está bravo, porque paga imposto e quer ver essa obra concluída.

 

MidiaNews – O governador reiteradamente fala sobre falta de mão de obra no Estado, e o senhor defende pegar empresas aqui de Mato Grosso. Acha que isso é viável para acelerar a conclusão da obra?

 

Max Russi – Acho que é a solução, porque se pegarmos uma única empresa, talvez ela vai ter mais dificuldade com a mão de obra. Se pegarmos várias empresas, todas elas têm os seus funcionários, já têm o seu quadro, vai contratar um pouco de gente. Está vindo muita gente de fora também para trabalhar, principalmente nessas obras mais pesadas. Acho que a gente resolve esse problema.

 

Quando eu falo de empresa de Mato Grosso é porque o dinheiro vai girar aqui, vai ficar aqui o lucro, vai ficar aqui o emprego e vai girar no nosso comércio.  E tem empresas boas em Mato Grosso, tem empresas que têm condições.

 

MidiaNews – Pelo que o senhor conversa com o governador, tem recursos para pagar caso essa ideia seja acatada?

 

Max Russi – Recursos têm, porque já foi feita uma licitação, já foi empenhado um recurso. O que não podemos é continuar da forma que está, porque nessa obra já teve muito dinheiro jogado pelo ralo, desde quando era VLT.

 

É algo que não deixa ninguém feliz, principalmente a Assembleia, a gente tem que cobrar. E o meu papel nesse momento é cobrar que o Governo que conclua logo essa obra.

 

MidiaNews – O senhor assumiu a presidência da Assembleia após ser eleito em uma votação unânime. Era um sonho ser chefe de um dos poderes?

 

Max Russi – Foi. Não seria sincero se falasse que não. Eu trabalhei bastante para isso. Quando fui vereador, tive a oportunidade também de ter sido presidente e ter sido secretário, passei quatro anos nos três principais postos dentro da Câmara de Vereadores.

 

O que não podemos é continuar da forma que está, porque nessa obra já teve muito dinheiro jogado pelo ralo, desde quando era VLT. É algo que não deixa ninguém feliz

E quando cheguei na Assembleia acabei indo para a Mesa Diretora no primeiro mandato já, lógico que como segundo vice-presidente, segundo-secretário, mas sempre buscando um espaço. E quando cheguei a ser primeiro-secretário, buscava o posto maior que é a presidência e esse ano de forma definitiva.

 

Eu tive a oportunidade por um ano, de forma provisória, e agora de forma definitiva para cumprir o mandato de dois anos.

 

MidiaNews – Nas últimas semanas voltou à tona a discussão sobre aumentar o número de sessões plenárias. O senhor já se mostrou contrário. Quem definirá sobre a questão: a presidência ou o Colégio de Líderes?

 

Max Russi – Não sou contrário. Longe disso. Falei que vou fazer aquilo que a maioria entender ser importante.

 

Agora se você perguntar qual é o meu posicionamento? O presidente tem, como falei, que cumprir o que a maioria quer, mas eu defendo o fortalecimento das comissões.

 

Nós já fizemos uma reunião da Mesa Diretora, já definimos dois encaminhamentos. O primeiro encaminhamento é o alongamento das sessões. Então agora a sessão vai começar mais cedo, vai ter duas horas para debates; após duas horas que a gente vai entrar no pequeno expediente; após o pequeno expediente terá o grande expediente.

 

E também vamos criar um novo instrumento dentro das comissões, que é o Fiscaliza Mato Grosso. Cada comissão vai ter que escolher um tema dentro da sua abrangência, e esse tema vai ter que ser aprofundado.

 

MidiaNews – Aprofundado como?

 

Max Russi – Levar especialistas, universitários, o cidadão comum, ir lá na ponta, conversar com as pessoas. Porque entendo que a gente fortalece o Parlamento. E aquilo que é uma das propostas minhas, de aproximar o cidadão e dar voz ao cidadão, é através das comissões.

 

No plenário, o cidadão não pode falar, ninguém tem condição de falar, é só o deputado que tem a prerrogativa de falar e ele fala representando a população, mas nas comissões não. Nas comissões a gente pode levar pessoas, escutar a população, ouvir, fazer as audiências. Defendo esse sistema.

  

Porque todos os requerimentos estão sendo votados, todas as indicações, todos os projetos de leis…

 

MidiaNews – Saiu uma portaria essa semana concentrando a reunião dessas comissões na terça. Isso também não é prejudicial?

 

Max Russi – Isso é ruim, não concordo com isso. As comissões têm que funcionar de segunda a sexta. E até, com esse trabalho que vamos fazer, talvez aos sábados, domingos e in loco.

 

Porque, por exemplo, se você vai fazer um trabalho, uma fiscalização da agricultura familiar, a questão das feiras, vai ter que ir em um domingo na feira, escutar o feirante, ouvir a reclamação, ouvir a queixa.

 

Vou dar todos os instrumentos e vou cobrar. Aprovamos já na última sessão esse projeto, esse encaminhamento. 

 

MidiaNews – Nas últimas Mesas Diretoras o senhor foi quem administrou os cofres da Assembleia como primeiro-secretário. Esse ano serão quase R$ 900 milhões em recursos para o Legislativo. Esse dinheiro dará para fazer reformas no prédio do Legislativo e ainda devolver ao Estado a sobra como há alguns anos vocês estão fazendo?

 

Max Russi – Sim, vai ser tranquilo. Lógico que estamos fazendo uma ampliação. O deputado Eduardo Botelho, junto conosco, iniciamos uma ampliação porque teremos a partir de 2026 três novos deputados, não por uma decisão do Parlamento, mas uma decisão de Brasília, onde vamos ganhar um deputado federal, que acho bom para Mato Grosso, e automaticamente três deputados estaduais.

 

Então, precisa ampliar gabinete, ampliar os espaços. Essa construção está sendo feita, mas tenho certeza que vamos chegar ao final do ano dando condição do deputado trabalhar e com recurso em caixa para definir alguma prioridade que possa ser executada pelo Poder Executivo.

 

MidiaNews – Quais são as principais prioridades legislativas que o senhor pretende abordar neste biênio? A propósito, quais serão suas prioridades na alocação de recursos?

 

Max Russi – Dentro da Casa, o fortalecimento das prerrogativas dos deputados. Quero realmente que os deputados andem, façam audiências, façam o debate, aproximem cada vez mais a Assembleia do cidadão.

 

A imagem da Assembleia tem melhorado nos últimos anos e queremos continuar nesse caminho e fortalecer ainda mais isso, através da mídia e através do contato direto do deputado com as bases.

 

Os deputados andam os 142 municípios de Mato Grosso, conversam… Então a gente vai avançar bastante nessa direção.

 

MidiaNews – Há planos para otimizar os gastos?

 

Max Russi – A Assembleia tem administrado bem o recurso público, tanto que a gente tem conseguido devolver dinheiro. Teríamos um espaço pelo que a Constituição manda para ter um valor maior [de orçamento], mas a gente não buscou esse valor, porque não tem essa necessidade.

 

O que precisamos é dar condição do deputado estar na ponta, porque a gente não administra o Estado. Tem que ir lá escutar aquele cidadão mais humilde, do menor município à maior cidade. 

 

E esse apoio, essa estruturação, essa ajuda, o que os deputados precisarem, vão ter da Mesa Diretora.

 

MidiaNews – O senhor pretende fazer algum tipo de concurso na Assembleia, já que vão aumentar mais três gabinetes? Ou algum projeto para aumentar salários dos servidores?

 

Max Russi – Aumentar salário não, concurso sim. Acredito que existe uma necessidade. Temos que nos preparar esse ano e talvez no próximo ano para realização do concurso público. Acho que é uma necessidade que a Assembleia vai precisar.

  

MidiaNews – Em seu discurso de posse, o senhor destacou a importância da harmonia entre os Poderes. Como pretende equilibrar a independência legislativa com a colaboração entre os Poderes Executivo e Judiciário?

 

Max Russi – Estamos num momento bom em Mato Grosso, em que os Poderes estão trabalhando de forma conjunta, com independência, mas com muita harmonia. E isso é importante. A Assembleia, Poder Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas, Defensoria, todos têm o mesmo objetivo: servir o cidadão, levar serviço na ponta, poder fazer esse atendimento.

 

Acho que os Poderes de uma maneira geral têm que trabalhar. Quando chega um projeto na Assembleia e o deputado melhora o projeto do Governo, muitas vezes em comum acordo, muitas vezes o Governo com alguma discussão, porque o deputado está escutando lá na ponta, está ouvindo, está trabalhando, e quando ele escuta a população, tem condição de melhorar esse projeto. E isso dá um resultado mais positivo ao Estado.

 

Veja a íntegra da entrevista:

 

 

 

 

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