15/11/2025

15 de novembro de 2025 14:50

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Um chamado à ação – 15/11/2025 – Txai Suruí

A realização da COP30, em Belém, é um marco significativo, trazendo o mundo para uma das regiões mais ameaçadas do planeta: a amazônia brasileira.

O evento não é apenas uma conferência sobre mudanças climáticas, é uma chamado à ação para que o mundo reconheça a realidade alarmante da floresta, que se encontra quase no ponto de não retorno. A presença de representantes indígenas e organizações sociais é crucial para que a urgência da preservação ambiental e dos direitos dos povos originários ganhe destaque nas discussões globais.

Apesar da tentativa do governo do Pará, sob a liderança de Helder Barbalho, de esconder as falhas nas políticas públicas por meio de uma maquiagem institucional, a realidade enfrentada pelos paraenses é evidente. A desigualdade e o racismo ambiental são visíveis, enquanto aqueles que têm condições de tomar decisões sobre o futuro do planeta se refugiam em ambientes climatizados.

Os povos indígenas, em contrapartida, se posicionam de forma firme e clara. Alertamos que a mercantilização da terra e a exploração desenfreada dos recursos naturais não apenas ameaçam nosso modo de vida como colocam em risco o futuro de toda a humanidade. Sem ar puro e água limpa, todos estaremos condenados a um destino de sofrimento e degradação. A sabedoria ancestral dos povos indígenas, que se alinha às conclusões científicas contemporâneas, reforça que o que está em jogo é a sobrevivência do planeta.

Os atos de protesto realizados durante a COP30, longe de serem considerados baderna, são manifestações legítimas de resistência. A criminalização dos guardiões do futuro é uma prática comum daqueles que não compreendem a gravidade da situação. É vergonhoso que a intensidade das manifestações seja deslegitimada por aqueles que, na verdade, já abandonaram a luta em prol do povo.

A COP30 deveria ser um espaço de diálogo, mas, como os indígenas não são ouvidos e não estão presentes nas discussões que impactam suas vidas, o diálogo precisa ser conquistado por meio da resistência. A violência é intensificada por aqueles que buscam aprovar necroprojetos, como a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, além de iniciativas como a do decreto 12.600/25 (Plano de Hidrovias), a privatização dos rios e a Ferrogrão, que ameaçam os territórios e a floresta.

Enquanto alguns se curvam ao imperialismo colonial, os que não têm medo de se posicionar dizem não à exploração de petróleo, ao garimpo ilegal e às invasões de terras. Exigimos que as promessas do presidente Lula sejam cumpridas, que as demarcações de terras indígenas sejam efetivadas e que nós estejamos nas mesas de decisão.

Os povos indígenas que participaram das manifestações na COP30 reivindicam maior protagonismo nas negociações, agilidade na demarcação de terras, veto a projetos que ameaçam seus territórios e diálogo direto com as autoridades; exigem financiamento direto para ações climáticas geridas pelas próprias comunidades e se opõem ao marco temporal, que dificulta a demarcação de novas terras.

Na COP30, o ativismo indígena se torna um símbolo de esperança e uma exigência por um futuro sustentável e justo para todos.


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